Médicos e enfermeiros da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos estão a apoiar, a partir de hoje, a primeira Unidade de Cuidados Intensivos de Cabo Verde, inaugurada em maio no Hospital Universitário Agostinho Neto (HUAN).
De acordo com fonte do Governo cabo-verdiano, trata-se da primeira missão de apoio à unidade do maior hospital público, inaugurada em 16 de maio passado, com seis camas e tecnologia avançada.
“Trata-se de uma missão composta por uma equipa multidisciplinar (médicos e enfermeiros) da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos, instituição de excelência na área de medicina intensiva e que tem por objetivo apoiar nos cuidados de doentes críticos com necessidade de ventilação mecânica”, explicou a fonte.
De acordo com o presidente do conselho de administração do hospital, Imadoêno Cabral, com apenas oito dias de funcionamento, a primeira Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) conta atualmente com uma taxa de ocupação acima dos 65%, “tendo já recebido pacientes provenientes de várias ilhas de Cabo Verde”.
Em maio, durante a cerimónia de inauguração, o presidente do conselho de administração explicou que o hospital, o maior em Cabo Verde e com 138 anos de atividade, atende “em condições normais” mais de 100 mil utentes no Serviço de Urgência, anualmente, dos quais cerca de “15% são assistidos nas unidades de cuidados especiais”.
O hospital contava apenas com quatro salas para cuidados intermédios para “responder” a 32 especialidades médicas e a uma cobertura praticamente nacional, às quais se acrescentam as novas seis camas da UCI, de 100 metros quadrados e com “alto padrão tecnológico”, em equipamentos de acompanhamento do estado de saúde dos doentes internados.
“Passaremos a disponibilizar um espaço próprio, melhores condições técnicas, tecnológicas e humanas. Uma assistência mais qualificada para reduzir os óbitos, implementar novas valências médicas e cirúrgicas, contribuir para a regressão da evacuação de doentes para o estrangeiro”, afirmou Imadoêno Cabral.
Este projeto, que começou a ser implementado em abril de 2021, está avaliado em 100 milhões de escudos (cerca de 906 mil euros) e teve o apoio de vários parceiros, entre os quais o Fundo Global das Nações Unidas, a Organização Mundial da Saúde (OMS), a CCS-Sida, da embaixada de Portugal em Cabo Verde e das cooperações chinesa e luxemburguesa.
Para o presidente do conselho de administração do HUAN, “será mais um importante recurso e mais uma valência” para a população cabo-verdiana, posicionando a instituição ao nível das melhores em África.