O Iraque anunciou hoje o primeiro caso de infeção com o novo coronavírus, um estudante de religião iraniano na cidade santa xiita de Najaf, e Bagdad já proibiu as viagens entre o país e o seu vizinho iraniano.
O paciente, idoso segundo uma fonte médica, é o primeiro caso oficialmente anunciado no Iraque, um país com um sistema de saúde em ruínas, que acolhe numerosos peregrinos e estudantes de religião vindos do Irão.
A República Islâmica é o país com o maior número de mortos com Covid-19 fora da China, 12 segundo dados oficiais, embora a agência semioficial iraniana ILNA tenha noticiado 50 mortes apenas na cidade santa de Qom.
Preocupado com as mortes no Irão e o anúncio de uma primeira infeção no Kuwait, também vizinho, o Iraque encerrou a fronteira a leste com os dois países.
Também proibiu as viagens de e para o Irão na quinta-feira, mas a direção provincial de saúde de Najaf afirmou hoje no seu comunicado que o primeiro doente do Iraque entrou no país “antes da interdição de entrada no território relativa aos iranianos”.
Os iraquianos já estavam preocupados com a propagação do Covid-19 na China, já que várias empresas petrolíferas chinesas operam com o seu pessoal no Iraque.
Quando o balanço na China se aproxima dos 2.600 mortos, a entrada de qualquer estrangeiro vindo da China foi proibida por Bagdad.
Acresce que o Iraque regista uma escassez crónica de medicamentos e tem menos de 10 médicos por cada 10.000 habitantes, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Outro dos vizinhos do Irão, o Afeganistão, também confirmou hoje o seu primeiro caso de Covid-19, registado na província ocidental de Herat, limítrofe da República Islâmica.
O caso anunciado pelo ministro da Saúde, Ferozuddin Feroz, foi confirmado após análises a três pessoas com sintomas do vírus que regressaram recentemente de Qom, onde vivem milhões de refugiados afegãos, milhares dos quais se deslocam diariamente entre os dois países.
O Afeganistão anunciou no domingo o encerramento da fronteira e a interdição temporária de viagens de e para o Irão. As autoridades também instalaram equipas móveis de deteção em aeroportos e terminais e designaram alguns centros de saúde em Cabul e outras províncias para tratamento de eventuais casos.