As infeções pelo novo coronavírus em quatro regiões do norte de Itália elevam-se a 132, depois de realizadas análises a cerca de 3.000 pessoas com sintomas suspeitos, informou hoje o presidente da Proteção Civil italiana, Angelo Borrelli.
O surto, que teve origem na China, já infetou mais de 78.000 pessoas em todo o mundo, segundo os números das autoridades de saúde dos cerca de 30 países afetados.
Em Itália, a maioria dos casos regista-se na Lombardia, com 89 infetados, seguida de Veneto, com 24 casos, dois dos quais na cidade de Veneza.
Em Piacenza, na região de Emilia Romanha, há nove casos confirmados, em Piemonte seis e na Lácio dois, neste caso turistas chineses.
Duas pessoas morreram pela infeção por Covid-19 em Itália, uma na região de Veneto e outra na da Lombardia.
A Proteção Civil não conseguiu até ao momento determinar o “paciente zero”, o primeiro caso em território italiano, pelo que “é difícil prever a propagação” do vírus no país, explicou Borrelli.
O presidente da Lombardia, Attilio Fontana, fez eco destas informações afirmando, numa entrevista à SKYTV24, que os casos no norte de Itália já são “mais de 100” e pedindo ao governo central “controlos acrescidos nas fronteiras”.
Nesta região, a mais rica de Itália, todas as escolas e universidades vão estar encerradas na próxima semana e foi decretada a suspensão de todos os eventos públicos e atividades de caráter comercial.
A nível nacional, segundo o presidente da Proteção Civil, “há milhares de camas” disponíveis, depois de o exército ter disponibilizado 3.142 camas e a Força Aérea 1.750.
O governo colocou em quarentena 11 cidades da Lombardia e de Veneto para tentar conter o surto, área que totaliza cerca de 52.000 habitantes.
O principal foco do que as autoridades admitem poder ser um surto de Covid-19 autónomo, não-relacionado com a cidade chinesa de Wuhan onde surgiram os primeiros casos, é Codogno, uma localidade de 15.000 habitantes, muitos dos quais trabalham nos arredores de Milão, a capital da Lombardia.
O coronavírus Covid-19 surgiu em dezembro em Hubei, no centro da China, país onde estão registados, a nível continental, 76.936 casos, 2.442 dos quais mortais.
O segundo país mais afetado é o Japão, com 769 casos (três dos quais mortais), incluindo pelo menos 364 no cruzeiro Diamond Princess, onde no sábado foi detetada a infeção de um cidadãos português.
Segue-se a Coreia do Sul, com 556 casos, cinco dos quais mortais.
Itália surge em quarto lugar dos países e territórios com mais casos, registando 132 casos de infeção por Covid-19, dois deles mortais.
A lista prossegue com Singapura (89 casos), Hong Kong (69, dois mortais), Irão (43 casos, 8 mortais), Estados Unidos e Tailândia, ambos com 35 casos, Taiwan (26 casos, uma morte),Austrália (23), Malásia (22), Alemanha e Vietname, (16 cada um), França (12, um mortal), Emirados Árabes Unidos (11), Macau (10).
Abaixo dos 10 casos registados surgem o Reino Unido e o Canadá com 9, Filipinas e Índia com 3, Rússia e Espanha com 2 e Líbano, Israel, Bélgica, Nepal, Sri Lanka, Suécia, Camboja, Finlândia e Egito com um caso cada.