Um português que é tripulante do navio da Princess Cruises, atracado no porto de Yokohama (Japão) na sequência de 700 pessoas infetadas com Covid-19, pode ter sido diagnosticado “positivo” com o novo coronavírus, disse à Lusa a sua mulher.
Contactada pela Lusa, a diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, afirma que ainda está à espera de confirmação oficial, mas admitiu que recebeu informação do Japão na sexta-feira à noite a informar que a tripulação do navio tinha começado a ser testada no dia 20.
“Estamos à espera de informação. Como é de noite agora no Japão, calculo que amanhã tenhamos informação concreta sobre os resultados”, afirmou.
O português, Adriano Maranhão, é, segundo a sua mulher, canalizador do navio, onde estava em missão desde 13 de dezembro, e só foi testado há dois dias. Nessa altura foi colocado numa cabine em isolamento, onde se encontra há cerca de oito horas.
A comprovar-se o resultado positivo, este será o primeiro caso diagnosticado de um português com Covid-19.
Segundo adiantou a mulher de Adriano Maranhão, Emmanuelle, o português “foi examinado pela primeira vez há dois dias”, após “terem desembarcado os passageiros”.
“Neste momento está numa cabine, fechado, desde há 7 ou 8 horas, ou mais, sem apoio, sem medicação, sem tratamento, sem nenhum tipo de procedimento nem encaminhamento e sem comer sequer”, lamentou Emmanuelle Maranhão, referindo que tem tentado contactar quer o Governo, quer a embaixada, quer a empresa do navio, mas sem obter mais informações.
O cruzeiro, ancorado no porto de Yokohama, a sul de Tóquio, é o maior foco de Covid-19 fora da China continental, tendo registado mais de 600 infetados entre os passageiros, dois dos quais morreram.
Na quarta-feira, as autoridades japonesas deram início à operação de desembarque dos passageiros saudáveis, findo o período de quarentena do navio, iniciado em 03 de fevereiro, operação que terminou na sexta-feira.
Emmanuelle Maranhão lamenta a falta de apoio ao marido, referindo que “ainda não obteve resposta nenhuma” e que Adriano continua no quarto sem que ninguém lhe dê mais informações.
“Um cidadão português que está infetado, está em serviço, está a cumprir as suas funções e está dentro desta confusão tem de ter um apoio”, afirmou, sublinhando que Adriano Maranhão “é pai de 3 filhos pequenos”.