Um grupo que representa cerca de 300 taxistas pediu hoje ajuda financeira ao Governo de Macau, face à crise desencadeada pelo surto do coronavírus Covid-19, disse à Lusa o deputado da Assembleia Legislativa (AL) José Pereira Coutinho.
“Deixaram de ter clientela, estão sem trabalho, sem turistas e com famílias para sustentar”, sublinhou aquele que é o único deputado português na AL, que acompanhou o grupo na entrega da petição, esta tarde.
“Têm rendas para pagar, amortizações para fazer aos bancos e pedem que sejam abrangidos pelo pacote de apoios económicos anunciados pelo Governo” e “que lhes sejam revalidadas automaticamente as licenças”, adiantou aquele que é também presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM).
A situação é descrita pelo deputado como similar àquela que levou igualmente à entrega de uma petição ao Governo local na segunda-feira por parte de um grupo que representa 400 motoristas de autocarros, também a pedir ajuda financeira.
Numa nota enviada pela ATFPM, afirma-se que “o impacto do Covid-19 teve graves consequências nas empresas que gerem táxis concessionados” e que “os elevados prejuízos estão a pôr em causa” as empresas e as famílias dos trabalhadores, sendo que, “até à data, o Governo ainda não avançou com medidas específicas para esta atividade económica”.
Macau registou dez casos de infeção com o coronavírus Covid-19, mas seis pessoas receberam já alta hospitalar.
As autoridades enviaram alunos e funcionários públicos para casa e chegaram a determinar o encerramento dos casinos durante 15 dias, que voltaram a abrir portas na quinta-feira.
As medidas de prevenção praticamente paralisaram a economia do território, capital mundial do jogo, muito dependente do mercado turístico chinês e que recebeu em 2019 quase 40 milhões de visitantes.
O coronavírus Covid-19 provocou 2.236 mortos na China continental e mais de 75 mil infetados em todo o mundo, depois de ter sido detetado na província chinesa de Hubei, no final de 2019.
Além dos mortos na China continental, morreram três pessoas no Japão, duas na região chinesa de Hong Kong, duas no Irão, uma nas Filipinas, uma em França, uma em Taiwan e uma na Coreia do Sul.