O surto de febre hemorrágica de Lassa na Nigéria já matou 103 pessoas desde o início do ano, anunciaram hoje as autoridades, confirmando também o primeiro caso em Lagos, uma cidade com 20 milhões de habitantes.
"Cumulativamente, da primeira à sétima semana de 2020, foram relatadas 103 mortes", disse o Centro de Controlo de Doenças da Nigéria (NCDC) nas últimas estatísticas sobre o vírus, citadas hoje pela agência de notícias francesa France-Presse.
O NCDC disse que 115 novas infeções foram confirmadas na semana passada, atingindo o total de 586 em todo o país.
Para além do NCDC, as autoridades sanitárias em Lagos, a cidade mais populosa da Nigéria, disseram que uma pessoa infetada foi diagnosticada na cidade a 17 de fevereiro e está atualmente em isolamento num hospital.
"Há 63 pessoas que podem ter estado em contacto com o paciente e que podem ter sido infetadas, tendo sido identificadas e também estão a ser monitorizadas", disse o governo estadual na sua conta no Twitter.
No ano passado, o país foi afetado por outro surto da doença, que matou mais de 160 pessoas, enquanto em 2018 morreram 171 pessoas.
O vírus de Lassa, normalmente transmitido por roedores, é uma doença endémica na África Ocidental, onde se registam entre 300.000 e 500.000 casos por ano.
A febre tem um período de incubação entre seis e 21 dias, os sintomas incluem dores de cabeça, náuseas, vómitos ou diarreia e a doença transmite-se entre pessoas.
A febre tem o mesmo nome da localidade nigeriana de Lassa, no estado de Borno, norte do país, onde se descobriu a doença pela primeira vez, em 1969.