O Presidente são-tomense, Evaristo Carvalho, disse hoje que os resultados alcançados no combate ao paludismo permitiu avançar para a fase de eliminação, o que "faz de São Tomé e Príncipe uma referência” na sub-região.
"Os resultados encorajadores da implementação da estratégia nacional de luta contra o paludismo, traduzida na redução da mortalidade e da morbilidade causada pelo paludismo, permitiu ao país avançar para a fase de eliminação, fazendo assim de São Tomé e Príncipe uma referência na nossa sub-região", disse Evaristo Carvalho.
O chefe de Estado falava no ateliê destinado a avaliar os resultados do meio percurso do Plano Estratégico Nacional de Eliminação do Paludismo 2017/2021.
O diretor do programa de luta contra o paludismo, Herodes Rompão, disse que a doença "está a diminuir consideravelmente no país", principalmente nos últimos meses.
"Em 2018 tínhamos 2.942 casos, em 2019 conseguimos uma redução para 2.400 casos. Nas primeiras semanas de 2020, nós registamos 482 casos de paludismo, mas já na última semana deste ano, o número caiu para 237 casos, o que significa que estamos a fazer progressos no combate a doença", afirmou Herodes Rompão.
O responsável referiu que os distritos de Água Grande, que abrange a capital e periferia, Lobata e Lembá, no norte de São Tomé, são os que devem merecer maior "reforço de pulverização domiciliar", método que as autoridades consideram mais eficaz para combater a epidemia.
De acordo com Herodes Rompão, nos distritos de Caué e Cantagalo, no sul de São Tomé, não tem havido registos de casos de doenças por paludismo, enquanto na ilha do Príncipe existem apenas dois casos.
"Podemos considerar o distrito de Caué como um caso de eliminação", explicou Herodes Rompão, anunciando que será esse distrito que acolherá, em 25 de abril, o lançamento da próxima fase do programa de luta contra o paludismo.
"Apesar de ainda persistirem alguns desafios, entre os quais a forte dependência externa do financiamento do programa, a rejeição da população a algumas intervenções de reconhecida eficácia, a não formação regular dos agentes sanitários, o contexto financeiro internacional, a eliminação do paludismo parece viável em todo o país", defendeu Evaristo Carvalho.
O chefe de Estado lembrou aos "cidadãos, comunidades, decisores e parceiros" que o país tem "um papel a desempenhar" para que a erradicação do paludismo "venha a acontecer", pedindo, para efeito imprescindível o empenhamento “político e uma liderança sólida".
O Presidente agradeceu à comunidade internacional e aos parceiros de desenvolvimento pelo "apoio solidário de que o país tem beneficiado", reconhecendo "a dedicação, seriedade e determinação na implementação dos programas e respetivos planos".
Evaristo Carvalho que preside à Comissão Nacional de Luta Contra o Paludismo manifestou-se "convicto" de que a ação dos agentes de saúde que combatem o paludismo no país e o apoio dos parceiros "permitirão eliminar o paludismo no nosso território até 2025".
Em 09 de janeiro, o Fundo Global disponibilizou mais de 11,5 milhões de euros para o programa de combate, em São Tomé e Príncipe, do paludismo, HIV-Sida e tuberculose, para um período de 2021 a 2023.
A distribuição do montante por doença iniciou-se na quarta-feira, numa reunião multissetorial cujos trabalhos terminaram esta quinta-feira.
Fonte do Ministério da saúde disse à Lusa que "atendendo à necessidade de se erradicar o paludismo até 2015, cerca de 09 milhões de euros do montante deverá ser canalizado para o programa de combate à malária".