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Covid-19: “Máscaras? É por causa da poluição” - populares em Teerão

LUSA
19-02-2020 20:12h

Em Teerão são já muitos os que andam de máscara, mas a medida é explicada por populares pela poluição atmosférica e não pelo novo coronavírus Covid-19, uma epidemia cuja mortalidade tinha poupado até hoje o Irão.

Os dois primeiros casos mortais foram hoje referenciados pela agência estatal IRNA, que cita uma assessora do ministro da Saúde, identificada como Alireza Vahabzadeh, que precisou que as vítimas, duas pessoas idosas, foram localizadas em Qom, cerca de 140 quilómetros a sul da capital do país, Teerão.

Ainda há dois dias, a IRNA citava o ministro da Saúde, Saeed Namaki assegurando que não havia casos positivos do novo coronavírus no Irão, acrescentando que as fronteiras eram controladas 24 sobre 24 horas.

Mas para populares contactados pela agência Lusa, e que desconheciam a confirmação oficial dos primeiros casos mortais no país, quem usa máscara fá-lo para se proteger da poluição.

Sadegh, que preferiu não dizer o nome completo, respondeu apontando para a fila interminável de carros que a meio da tarde de hoje, tal como nos outros dias da semana, ajuda a formar uma expressiva nuvem.

“Em Teerão já não se pode falar de hora de ponta. Todos os dias o trânsito é caótico e fico admirado por não haver mais acidentes”, acrescenta Sadegh, que sabe do que fala porque todas as semanas vai várias vezes ao Aeroporto Internacional Imam Khomeini, a cerca de 50 quilómetros, buscar clientes com o seu carro particular a fazer de táxi.

A entrada em Teerão da Persian Gulf Freeway, que passa ao lado do aeroporto, começa nas três faixas previstas que recebem seis carros.

Carros da polícia distribuídos ao longo do trajeto não impressionam os condutores, que apesar dos vários sinais ao longo da via alertarem para a obrigatoriedade do uso de cinto de segurança não fazem caso e, muitos, conduzem com uma mão, enquanto o telemóvel na outra os ajuda a encontrar o melhor trajeto ou onde fica uma ou outra morada.

Mas o novo coronavírus preocupa as autoridades e hoje a IRNA publicou uma notícia sobre uma iniciativa de solidariedade com a China, mas também de sensibilização dos iranianos, com uma projeção multimédia sobre a emblemática Torre Azadi.

A Torre Azadi, anteriormente conhecida como Torre Shahyad, monumento localizado na Praça Azadi, é um dos marcos históricos da capital e que marca a entrada oeste da cidade.

Faz parte do Complexo Cultural Azadi, que também inclui um museu subterrâneo.

A iniciativa do município de Teerão foi marcada pela projeção da bandeira chinesa no monumento.

Citada pela IRNA, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying saudou o recente envio pelo Irão de três milhões de máscaras.

O coronavírus Covid-19 já provocou 2.014 mortos e infetou mais de 75.000 pessoas a nível mundial.

A maioria dos casos ocorreu na China, onde o novo vírus foi detetado no final de 2019, na província de Hubei, a mais afetada pela epidemia.

Além de 2.006 mortos na China continental, morreram duas pessoas na região chinesa de Hong Kong, duas no Irão, uma nas Filipinas, uma no Japão, uma em França e uma em Taiwan.

As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei, no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.

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