SAÚDE QUE SE VÊ

Organizações pró-albinismo angolanas preocupadas com mortes associadas ao cancro da pele

LUSA
19-02-2020 19:21h

Organizações de defesa de pessoas com albinismo de Angola expressaram hoje preocupação com a situação da saúde da pele, que tem levado à morte prematura muitas pessoas devido ao cancro da pele.

Num comunicado enviado hoje à agência Lusa, o Movimento Pro Albino não avançou o número de mortes, mas recomendou que se continue a advogar junto do Governo angolano a elaboração, aprovação, cofinanciamento e implementação do Plano de Ação Nacional pelo Albinismo, alinhado com o Plano de Ação Regional pelo Albinismo em África sob a égide da União Africana e das Nações Unidas.

O assunto foi abordado, em Luanda, no dia 14 deste mês, por grupos e organizações da sociedade civil que analisaram a situação atual das pessoas com albinismo, bem como a proposta de criação de uma rede ou plataforma de rede de organizações que trabalham com este assunto.

Os esforços dos médicos e do pessoal de saúde em salvar as vidas de pessoas com albinismo afetadas pelo cancro, apesar das limitações no acesso aos serviços por parte destes doentes. foi reconhecido pelos participantes ao encontro.

“Um exemplo disso é o facto de existirem somente consultas de dermatologia para pessoas com albinismo em Luanda e nas capitais das províncias na Huíla, Huambo e Benguela”, refere o comunicado.

O movimento apela para que se continue a fazer a análise geral da situação das pessoas com albinismo e se incluam também análises por especificidades, nomeadamente faixas etárias, género, e por áreas: educação escolar, saúde da pele, baixa visão e fotofobia, pessoas e famílias mais vulneráveis, assistência social e questão cultural na perspetiva dos sistemas de crenças/tabus e preconceitos.

A Open Society Initiative Southem Africa (OSISA) está a financiar o funcionamento da Associação de Apoio de Albinos em Angola “4As”, em Luanda e na província do Uíge, bem como uma pesquisa quantitativa sobre albinismo, cujos resultados visam advogar um censo da população sensível ao albinismo.

As organizações encorajaram a aposta na divulgação de informação e conhecimento sobre os fatores de risco em pessoas com albinismo e as formas de mitigação e superação, concretamente a nível da prevenção.

Em junho de 2019, foi realizada a I conferência Pro Albinismo em Angola, na qual foi divulgado que a discriminação das pessoas com albinismo ainda é grande no país, segundo um estudo realizado a respeito da situação.

Naquela altura, em declarações à Lusa, o presidente do Movimento Pró Albinismo em Angola, Guilherme Santos, disse que o estigma sobre o albinismo depende dos estratos sociais, podendo ser mais presente ou não no meio rural, em famílias de fé cristã ou com maior ou menor acesso ao conhecimento ou na sociedade urbana.

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