O médico representante dos Serviços de Saúde de Macau Jorge Sales Marques disse hoje à Lusa que não se pode concluir que fechar ou reabrir casinos determine mais ou menos casos de infeção pelo coronavírus Covid-19.
“Os casinos foram fechados há duas semanas e, quando estavam abertos, não tínhamos assim tantos casos, só a partir do nono ou décimo caso é que foram encerrados”, lembrou o pediatra que integra a equipa médica de Macau envolvida na linha da frente do combate ao surto do novo coronavírus.
“Ao fecharmos os casinos, o risco poderá ter diminuído, mas não se pode concluir que foi a partir daí que deixámos de ter casos, porque há outras medidas que foram tomadas, (..) importantes”, argumentou, em entrevista à agência Lusa.
“A reabertura dos casinos não significa que vá haver mais casos, mas também não se pode concluir que o fecho dos casinos foi o motivo para deixarmos de ter casos”, frisou o chefe do serviço de pediatria do Centro Hospitalar Conde São Januário.
O especialista ressalvou ainda que, após um encerramento de 15 dias, a reabertura dos casinos a partir desta quinta-feira será faseada, através de um período de transição de 30 dias, sob fortes medidas de prevenção impostas pelas autoridades de saúde, algo que está também a ser acautelado nos serviços públicos de Macau desde segunda-feira, quando começaram a garantir serviços mínimos.
Macau conta atualmente com cinco casos de infeção no território. Dos dez casos identificados desde o início do surto, cinco já receberam alta hospitalar.
As escolas permanecem fechadas, jardins, assim como parques, jardins, espaços desportivos e culturais, bem como estabelecimentos de diversão noturna, enquanto os serviços públicos a garantirem desde segunda-feira serviços mínimos.
As medidas excecionais praticamente paralisaram a economia da capital mundial do jogo, único local da China onde o jogo é legal e onde chegam anualmente quase 40 milhões de visitantes e cuja indústria turística é também muito dependente do mercado chinês.
O coronavírus Covid-19 provocou 2.004 mortos e infetou mais de 74 mil pessoas a nível mundial.
Além das vítimas mortais no continente chinês, há a registar um morto na região chinesa de Hong Kong, um nas Filipinas, um no Japão, um em França e um em Taiwan.