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Orçamento da Madeira vai consolidar mudanças na Saúde devido à pandemia de covid-19

LUSA
14-12-2021 17:34h

O Orçamento da Madeira para 2022 prevê 334,1 milhões de euros para as áreas da Saúde e Proteção Civil, visando consolidar as mudanças provocadas pela pandemia da covid-19 e reorganizar o Serviço de Saúde, disse hoje o secretário regional.

A ideia foi transmitida pelo secretário da Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos, na discussão na especialidade das propostas de Orçamento Regional e Plano de Investimentos apresentadas pelo executivo regional, que decorre entre hoje e quinta-feira no parlamento madeirense, no Funchal.

A proposta de Orçamento Regional é na ordem dos 2.125 milhões de euros e a do Plano e Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração da Região Autónoma da Madeira (PIDDAR) no valor de 764 milhões de euros.

O orçamento do setor da Saúde para 2022 representa um decréscimo de cerca de 105 ME, em comparação com o deste ano.

O governante justificou a redução das verbas recordando que o executivo madeirense inscreveu, em 2021, 439 ME para a área da Saúde, representando um reforço de 117 ME em comparação com 2020. Deste montante, 91 ME foram destinados ao combate à pandemia da covid-19.

O Orçamento “será utilizado para começar a consolidar as mudanças que a catástrofe da covid-19 trouxe e que permitem começar a reorganizar o Serviço Regional de Saúde (SRS), de forma a funcionar de maneira diferente”, afirmou.

Pedro Ramos acrescentou que a proposta orçamental está “marcada pela incerteza da pandemia quanto à sua duração, transmissibilidade, controlo, mas não impede de continuar a ser um bom Orçamento para a saúde na região”.

A proposta vai contribuir para “caminhar para a gestão eficiente com o combate acérrimo ao desperdício, fazendo mais e melhor, com menos custos”.

É “um Orçamento de rigor e responsável para a saúde e para os seus profissionais”, acrescentou.

Pedro Ramos salientou que, entre outros aspetos, o Orçamento para 2022 vai contribuir para “continuar a tratar a situação da covid e não covid”, começar a preparar o novo Plano Regional de Saúde, a construção do novo Hospital da Madeira e aumentar a produção do sistema público de combate às listas de espera.

Sobre a situação das listas de espera, o governante indicou que foram realizadas mais 2.500 intervenções cirúrgicas e que a comissão de acompanhamento prevê a eliminação de cerca de 9.000 pedidos de consultas que estavam repetidos no sistema.

“Não podemos ter 50 mil exames em lista de espera e apenas 5.000 doentes”, apontou.

O SRS, indicou, “vai receber mais 77 novos médicos” no próximo ano, 37 dos quais para frequentar o internato de especialidade e vai continuar a apostar na beneficiação do bloco operatório do atual hospital do Funchal (2,3ME) e do serviço de urgências.

Pedro Ramos assegurou que vai prosseguir o investimento na Universidade da Madeira, para que seja “uma realidade e se torne numa porta de entrada da Medicina”, com a licenciatura nesta área, cujo terceiro ano é presentemente frequentado na região por 19 alunos, podendo atingir os 40 no próximo ano.

O secretário regional recordou que o Programa de Combate a Incêndios Florestais (POCIF) e à presença do meio aéreo todo o ano "serão uma realidade", estando prevista uma verba de 22 ME para esta área, montante idêntico ao despendido para descongelar as carreiras dos enfermeiros na região.

Ainda indicou que vão ser investidos 30 ME, entre 2022 e 2025, para acrescentar mais 500 camas à capacidade de instalação existente destinada a acolher a população envelhecida.

O PS, maior partido da oposição madeirense, alertou para o facto de o “maior orçamento de sempre” da região autónoma registar também o “maior corte de sempre” na área da Saúde, posição secundada pelo JPP e pelo deputado único do PCP, Ricardo Lume.

O parlamentar comunista reforçou que o corte de mais de 100 milhões de euros, face a 2021, evidencia uma “postura de irresponsabilidade” por parte do executivo de coligação PSD/CDS-PP, sublinhando que, no próximo ano, são necessários “meios para os madeirenses terem acesso à saúde e não ao negócio da doença”.

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