Os encargos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com medicamentos para a diabetes duplicaram em 10 anos, tendo aumentado em 44% o consumo de fármacos para o controlo da doença que afeta 10% da população portuguesa.
Os dados constam de uma análise feita pelo Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento à evolução da despesa e da utilização com medicamentos antidiabéticos no SNS entre 2009 e 2018, segundo um artigo publicado no boletim “Infarmed Notícias”.
“Os encargos para o SNS passaram de 137,5 milhões de euros em 2009 para 291 milhões de euros em 2018, o que corresponde a cerca de 23% dos encargos do SNS com medicamentos dispensados em farmácia comunitária”, refere a análise do Infarmed.
Quanto às insulinas, o aumento da despesa passou de 35 milhões de euros para 70 milhões de euros, o que também significa uma duplicação.
Com base nos dados de dispensa de medicamentos nas farmácias, o uso de fármacos para controlar a diabetes aumentou 44% entre 2009 e 2018.
O aumento mais significativo foi nas insulinas (com um acréscimo de 72%), podendo significar, segundo a análise, que existem mais diabéticos do tipo 2 a precisar também de insulina.
Ainda assim, a terapêutica com medicamentos antidiabéticos que não a insulina é mais prevalente (86%), estando alinhada com a proporção de diabéticos do tipo 2.
As autoras da análise concluem que o aumento da despesa e de utilização destes medicamentos nos últimos 10 anos decorre de um “maior número de doentes em tratamento, da introdução de novas classes terapêuticas, mas também de uma possível intensificação terapêutica”.
No artigo, o Infarmed considera que há “um potencial para uma utilização mais adequada dos medicamentos para o controlo da diabetes”, fazendo uma gestão adequada dos recursos públicos.
A diabetes afeta cerca de 10% da população portuguesa entre os 25 e os 74 anos. Em 2018, cerca de 1,2 milhões de utentes adquiriram pelo menos uma embalagem de medicamentos para controlo da diabetes.