A MGM China, detida maioritariamente por capitais norte-americanos, admitiu hoje prejuízos no jogo em Macau durante o primeiro trimestre “e, potencialmente, depois disso”, bem como no mercado dos EUA, devido ao surto do coronavírus Covid-19.
“Esperamos que o impacto possa ter impacto material nos resultados operacionais da MGM China no primeiro trimestre de 2020 e, potencialmente, depois disso”, indicou em comunicado a empresa, que, tal como todos os outros casinos em Macau, fechou as salas de jogo a 05 de janeiro a pedido do Governo local.
“Embora o surto tenha sido amplamente concentrado na China, na medida em que o vírus afeta a disposição ou capacidade dos clientes de viajar para as propriedades da empresa [mãe] nos Estados Unidos (devido a restrições de viagem ou de outra forma), os resultados domésticos das operações da companhia também podem ter um impacto negativo”, pode ler-se na mesma nota.
A MGM China sublinhou que “é atualmente incapaz de prever a duração da interrupção dos negócios em Macau, se a suspensão das operações vai continuar para além do período de 15 dias ou o impacto da redução de fluxo de clientes”.
A incerteza na gestão do negócio do jogo, explicou a MGM China, deve-se às restrições nas viagens impostas pela China aos seus cidadãos - que inclui o congelamento do regime de vistos para Macau – a suspensão das ligações marítimas com Hong Kong, assim como, obviamente, o encerramento dos casinos na capital mundial do jogo.
“Os resultados da empresa dependerão de desenvolvimentos futuros, que são altamente incertos e não podem previstos, incluindo novas informações que possam surgir sobre a gravidade do problema coronavírus e quaisquer ações adicionais tomadas para impedir a propagação”, justificou.
Em Macau, as medidas excecionais tomadas pelo Governo paralisaram quase por completo a economia. Enquanto no território estão identificados atualmente oito casos de infeção pelo coronavírus Covid-19, na China há a registar mais de um milhar de mortos e mais de 40 pessoas contaminadas.
A operadora de jogo, com dois casinos em Macau, anunciou hoje uma receita líquida em 2019 de 2,9 mil milhões de dólares (2,7 mil milhões de euros), mais 19% em comparação com 2018.
Num comunicado divulgado na quarta-feira à noite, a MGM China, que resultou de uma parceria entre a empresária Pansy Ho (filha do magnata do jogo em Macau Stanley Ho) e a norte-americana MGM Resorts, destacou ter obtido mais 500 milhões de dólares (460 milhões de euros) em receitas líquidas do que em 2018.
Já o grupo registou um EBITDA ajustado (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) de cerca de 735 milhões de dólares (674 milhões de euros) em 2019, em comparação com os 574 milhões de dólares (526 milhões de euros) registados em 2018.
No mesmo comunicado, o grupo disse ter registado no último trimestre de 2019 um aumento de 6% na receita líquida, fixando-se em 727 milhões de dólares (666 milhões de euros).
Capital mundial do jogo, Macau é o único local na China onde o jogo em casino é legal. Operam no território seis concessionárias: Sociedade de Jogos de Macau, fundada pelo magnata Stanley Ho, Galaxy, Venetian (Sands China), Melco Resorts, Wynn e MGM.
Os casinos fecharam 2019 com receitas de 292,46 milhões de patacas (cerca de 32,43 milhões de euros), menos 3,4% do que no ano anterior.