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EUA e Total anunciam apoio de 9ME para ações sociais no norte de Moçambique

LUSA
12-02-2020 17:44h

A agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID) assinou hoje um memorando de entendimento com a petrolífera Total para investimentos de nove milhões de euros em setores sociais no norte de Moçambique, anunciou a embaixada norte-americana em Maputo.

"Ambas as organizações concordaram em investir cinco milhões de dólares (4,5 milhões de euros) cada, para promover melhores resultados de saúde comunitária, prevenir o casamento infantil e encorajar o desenvolvimento positivo da juventude na província de Cabo Delgado", lê-se em comunicado.

A taxa de casamento infantil em Moçambique está entre as mais altas do mundo e Cabo Delgado tem, entre as províncias do país lusófono, "a maior taxa de casamento infantil para raparigas menores de 18 anos de idade: 61%" refere-se no documento, destacando as consequências nefastas do casamento precoce para a saúde e educação.

Durante o evento, o embaixador norte-americano em Moçambique, Dennis Hearne, disse que "Cabo Delgado precisa de jovens saudáveis, capacitados e cheios de esperança para o futuro".

Ronan Bescond, diretor-geral da Total em Moçambique, assumiu para o país a política que a companhia tem noutros países: "Estamos firmemente comprometidos em contribuir para a saúde e o bem-estar dos nossos colaboradores, das pessoas que os rodeiam e, por conseguinte, das comunidades locais".

O apoio da USAID faz parte de um total superior a 500 milhões de dólares (460 milhões de euros) em assistência anual do Governo dos EUA ao desenvolvimento geral de Moçambique.

A Total lidera o consórcio Mozambique LNG que está a construir um megaprojeto de exploração de gás natural ao largo de Cabo Delgado, que a par do investimento de outro consórcio deverá colocar o país nos 10 maiores produtores de gás natural liquefeito na próxima década.

Apesar de ter riqueza no subsolo, a província enfrenta uma situação de violência, com ataques de grupos armados que desde há dois anos já fizeram entre 350 a 400 mortos e afetaram 156.400 pessoas com perda de bens ou obrigadas a abandonar casa e terras em busca de locais seguros.

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