Em declarações à agência Lusa, Ana Paula Pêgo, investigadora e membro do Conselho de Administração do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto, afirmou hoje que a conferência pretende “debater o futuro dos biomateriais e o seu papel inovador na medicina”.

Dedicada ao tema “Biomateriais do futuro”, a 31.ª edição da Conferência da Sociedade Europeia de Biomateriais (ESB), organizada pelo i3S, vai juntar virtualmente cerca de 1.000 investigadores, clínicos e empresas de 46 países.

Durante os cinco dias do evento, os especialistas vão apresentar e debater os “mais recentes avanços” na área, bem como a importância clínica dos biomateriais, como por exemplo através de dispositivos médicos inovadores e da medicina regenerativa.

“Estamos a tentar trazer novas áreas para a Sociedade Europeia de Biomateriais e alguns dos nossos palestrantes ilustram precisamente isso, nomeadamente a nano robótica e outras áreas emergentes”, afirmou Ana Paula Pêgo.

A utilização de biomateriais para combater a resistência a antibióticos, como alternativa à utilização destes fármacos, a criação de modelos de tecido para testar novos fármacos, a criação de modelos de três dimensões (3D) de doenças e a modulação de órgãos ‘in vitro’ são alguns dos temas “emergentes e inovadores” a debate na conferência.

“Temos várias sessões dedicadas a materiais imunomoduladores, isto é, conseguirmos modelar a resposta imune utilizado estes materiais em vez de usarmos as substâncias mais clássicas como as proteínas recombinantes ou anticorpos”, esclareceu.

O evento, que já não era organizado por Portugal desde 1995, pretende também “mostrar a importância desta área na investigação portuguesa”.

“Portugal tem uma tradição muito forte na área dos biomateriais, com investigação de topo nesta área. A conferência também permitirá colocar a ‘luzinha’ sobre o nosso país”, afirmou a investigadora líder do grupo “NanoBiomaterials for Targeted Therapies” do i3S.

Ao longo da conferência, estão previstas 11 apresentações plenárias, três de “cientistas de renome” e sete de cientistas premiados pela ESB em 2020 e 2021, entre os quais Mário Barbosa, cofundador e primeiro diretor do i3S, que no ano passado recebeu o Prémio Klaas de Groot.

Paralelamente, o programa conta com 851 apresentações, 351 destas em formato oral e 464 ‘posters’.

À Lusa, a investigadora adiantou ainda que a sessão de abertura do evento, que depende de inscrição e tem um custo associado, contará com a