A Costa do Marfim, que detetou um caso de Ébola em Abidjan em meados do mês, está atualmente "a salvo de possíveis novos casos", mas continua a monitorizar a situação, disse hoje o ministro da Saúde costa-marfinense.
As autoridades sanitárias da Costa do Marfim detetaram um caso de febre hemorrágica de Ébola em 14 de agosto em Abidjan, numa jovem guineense de 18 anos, que chegara três dias antes proveniente da cidade de Labe (norte da Guiné-Conacri), uma viagem de mais de 1.500 quilómetros que fez por estrada.
"Hoje, estamos a salvo de possíveis novos casos, mas temos de monitorizar isto", disse o ministro Pierre Dimba, citado pela agência France-Presse, salientando que, para evitar a propagação do vírus, o Governo tinha rapidamente adotado uma "estratégia de resposta".
"Reforçámos os mecanismos de vigilância nas nossas fronteiras para evitar novos casos" e as autoridades concentraram-se "na identificação de contactos", disse Pierre Dimba. "Hoje, dos 70 contactos" de pessoas que ficaram ou viajaram com a doente, "foram encontrados 24", disse.
"Sabemos que os outros estão dispersos nas comunidades", acrescentou. "Foi por isso que tomámos muito cedo a decisão de vacinar nos centros comunitários. Conseguimos vacinar mais de mil pessoas, e muito em breve consumiremos as 1.200 doses de vacina recebidas", referiu.
As pessoas vacinadas são o "pessoal médico que recebeu a rapariga, os contactos na fronteira" e "todos aqueles" que poderiam ter "interagido com a paciente", disse o ministro, observando que havia "muitos alertas, que, após os exames, se revelaram falsos".
Dimba revelou ainda que "a jovem paciente está a ir muito bem".
"Esperamos que nos próximos dias ela seja capaz de deixar o nosso sistema", comentou, indicando que a jovem "já não está isolada e está a ser tratada como uma doente normal".
O governante disse também que os resultados dos testes adicionais enviados a Lyon em França, que deverão permitir determinar a estirpe da doença, são esperados no início da próxima semana.
O caso é o primeiro na Costa do Marfim desde 1994.
A Guiné-Conacri registou recentemente um novo surto de Ébola, declarado extinto em junho.