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Covid-19: PS/Açores defende revisão das medidas de combate à pandemia na região

LUSA
08-07-2021 13:26h

O deputado do PS/Açores Tiago Lopes defendeu hoje uma revisão das medidas de combate à covid-19 na região porque as políticas em vigor “são ineficazes” e considerou “urgente pôr ordem na comunicação” sobre a pandemia.

Em conferência de imprensa realizada na delegação da Assembleia Regional em Ponta Delgada, o deputado socialista considerou que as “medidas implementadas” pelo Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) para controlar a pandemia “são ineficazes como comprovam os números diários de novos casos detetados”.

“As medidas em vigor e definidas na atual matriz de risco deverão, no nosso entendimento, ser revistas, aliando a vertente técnica com a social, em detrimento da política com vista a congregar ao invés de desagregar, como até aqui se tem constatando”, afirmou.

Tiago Lopes, que foi diretor regional da Saúde na legislatura anterior, criticou ainda o sistema de semáforos implementado pelo atual executivo açoriano, que classifica os concelhos por graus de risco de contágio.

“Temos um sistema semafórico errático que abre e encerra, que proíbe e permite, alternando frequentemente níveis de risco numa mesma ilha de forma incompreensível, de questionável fundamento técnico, bem como determinação política”, assinalou.

O parlamentar regional socialista considerou que a comunicação sobre a pandemia tem sido “menosprezada” pelo Governo Regional, “gerando ou agravando um sentimento de insegurança” na população.

“É necessário e urgente pôr ordem na comunicação sobre a pandemia, evitando a multiplicação de protagonistas, as afirmações contraditórias e a ausência de coordenação da mesma com outras áreas”, realçou.

Para o PS/Açores, disse, a “ênfase” no combate à pandemia deve passar pelo “reforço na capacidade de testagem” e pela “identificação de contactos positivos com vista a quebrar as cadeias de transmissão” da covid-19.

Tiago Lopes questionou ainda o Governo Regional sobre os testes de saliva e pelos 250 mil testes de antigénio cuja aquisição foi recomendada pela Assembleia Regional.

O deputado considerou “urgente aumentar exponencialmente a capacidade de vacinação” nos Açores “através da chamada das farmácias à participação neste esforço coletivo”.

“Qual o número exato de vacinas atualmente disponível na região considerando os diferentes fabricantes? Dos grupos prioritários definidos no plano regional de vacinação, qual o ponto de situação da vacinação dos mesmos?”, questionou.

A avaliação dos níveis de risco na região tem por base um modelo alemão, de semáforos, e é calculado em função do número de novos casos de covid-19 por 100 mil habitantes num período de sete dias.

Existem cinco níveis de risco: muito baixo (menos de 25 casos por 100 mil habitantes), baixo (entre 25 e 49 casos por 100 mil habitantes), médio (entre 50 e 74 casos por 100 mil habitantes), médio alto (entre 75 e 99 casos por 100 mil habitantes) e alto (mais de 100 casos por 100 mil habitantes).

Nos concelhos de alto risco, os restaurantes têm de encerrar às 22:00 e os cafés estão proibidos de funcionar, havendo ainda proibição de circulação na via pública entre as 23:00 e as 05:00.

Nos níveis de médio alto e médio risco, os restaurantes e cafés têm de encerrar às 22:00, nos de baixo risco às 23:00 e nos de muito baixo risco às 23:59.

Os Açores registam 306 casos ativos: 286 em São Miguel, nove na Terceira, seis no Pico, dois no Faial, dois em São Jorge e um nas Flores.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.004.99 mortos em todo o mundo, resultantes de mais de 185 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente feito pela agência France-Presse.

Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.126 pessoas e foram registados 896.026 casos de infeção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, a Índia ou a África do Sul.

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