Uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) desenvolveu uma nova geração de polímeros com propriedades antimicrobianas para prevenir infeções hospitalares.
De acordo com a investigadora Patrícia Mendonça estes polímeros são "macromoléculas formadas por pequenas unidades monoméricas designadas de monómeros", como exemplo a investigadora refere a proteína como sendo "um polímero natural formado por pequenas unidades que são os aminoácidos, que são os monômeros".
Além destes é também possível "ter polímeros sintéticos onde nós pegamos em monómeros comerciais, que foi o caso do nosso projeto, e por técnicas de polimerização no laboratório conseguimos então sintetizar diversos tipos de polímeros".
O polímero será um aditivo de um verniz que depois vai revestir uma superfície e torná-la antimicrobiana, "têm a capacidade de interagir com bactérias e perturbar a sua membrana e provocar a morte ou impedir o crescimento destas bactérias", refere a engenheira química.
Considerando a resistência a antibióticos, Paula Morais, coordenadora do projeto, salienta a importância do desenvolvimento de "novas estratégias para matar microrganismos”, recorrendo a materiais biocompatíveis, inócuos para o ser humano. "Os polímeros foram testados e foram avaliados quanto à sua capacidade de interagir com células eucariotas e mostraram ser compatíveis e por isso, em princípio, não esperamos nenhum problema na aplicação dos polímeros nas superfícies", refere a investigadora ao S+.
O método de produção testado em laboratório é aplicável à escala industrial, facilitando assim a sua introdução no mercado que "depende de nós, depende da nossa capacidade de os desenvolver a capacidade de os testar e de assegurar que eles são válidos e sem problemas para a sociedade, depois a implementação no hospital depende muito mais do que o desenvolvimento científico". Se tudo correr como o previsto, os investigadores estimam que o novo revestimento antimicrobiano possa entrar no circuito comercial dentro de dois a três anos.
O estudo é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e conta com a colaboração da Faculdade de Engenharia do Porto (FEUP). Os resultados obtidos foram publicados na prestigiada revista científica Biomacromolecules.