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Covid-19: MAI diz que medidas necessárias foram tomadas "no tempo próprio"

LUSA
25-03-2021 16:42h

O ministro da Administração Interna disse hoje que foram tomadas “no tempo próprio, as medidas necessárias” para combater o aumento de casos de covid-19 e lamentou que alguns partidos pareçam estar "desgostosos" com essa capacidade de resposta.

Ao fechar o debate no parlamento sobre os dois relatórios do Governo acerca do estado de emergência entre 31 de janeiro e 01 de março, Eduardo Cabrita lamentou que alguns partidos “pareçam de algum modo desgostosos com aquilo que é a capacidade de resposta dos portugueses, das instituições ao terrível momento” que se passou em janeiro.

“Em janeiro passamos pelo momento mais difícil desta pandemia, os dados correspondentes a todo o mês de fevereiro provam exatamente que tínhamos razão: Presidente da República, Assembleia da República e Governo na forma como tomamos no tempo próprio as medidas necessárias”, precisou.

O ministro reconheceu “o esforço dos portugueses que permitiu este resultado”, bem como o esforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS), de todos os profissionais de saúde e daqueles que estão na primeira linha de resposta, como bombeiros e forças de segurança, Forças Armadas e estruturas da segurança social.

Eduardo Cabrita destacou que, durante o mês de fevereiro, foi possível “reduzir significativamente” o número de pessoas internadas em enfermarias e em unidades de cuidados intensivos e o número de novos casos diários de covid-19.

“Os profissionais de saúde estiveram onde era preciso sem rejeitar esforços. As forças de segurança responderam”, disse o ministro, sublinhando que o processo de vacinação criou a proteção necessária nos lares idosos, nos profissionais de saúde e permitiu chegar às funções essenciais do Estado, como bombeiros e polícias.

Durante o debate, o deputado do Chega André Ventura questionou o Governo sobre o número de estabelecimentos ligados ao turismo e à restauração que encerraram, criticando o executivo de “não querer dar” esses números ao parlamento.

A deputada dos Verdes Mariana Silva criticou o Governo por não apresentar nestes relatórios do estado de emergência informações sobre a saúde mental, sublinhando que, um ano depois do início da pandemia, começa a existir “uma fadiga pandémica” e adiantou que “não é com estados de emergência que os portugueses se protegem".

A deputada do PAN Bebiana Cunha alertou para a necessidade de se apostar mais na reabilitação das pessoas que estiveram doentes com covid-19 e chamou a atenção para a população mais exposta ao risco desta infeção que é também “a mais fragilizada”.

O deputado do CDS-PP Telmo Correia optou por criticar Eduardo Cabrita, lembrando o protesto de hoje dos inspetores do SEF e das divergências com o primeiro-ministro sobre as eleições autárquicas, e questionou sobre a fiscalização das autoridades que não têm tido qualquer tipo de atuação em ajuntamentos e manifestações “sem o mínimo de regras e sem máscaras”.

O deputado do PCP António Filipe defendeu que a nova aposta não deve ser o confinamento, mas sim “o desconfinamento em segurança” e “medidas efetivas de apoio a todas as pessoas e atividade económicas afetadas pela pandemia".

O deputado comunista criticou igualmente o Governo pela forma como está a gerir o processo de vacinação contra a covid-19, considerando que está “inteiramente nas mãos da UE”.

Também Moisés Ferreira, do BE, criticou o atraso do processo de vacinação contra a covid-19, recordando que estavam previstos 4,4 milhões de doses até ao final de março, abrangendo mais de dois milhões de pessoas, mas só chegaram 500 mil doses.

"O negacionismo é péssimo numa pandemia, mas o Governo está numa deriva negacionista em relação à realidade", afirmou Moisés Ferreira, frisando que o Executivo está a passar “tábua rasa sobre as pessoas que estão a sofrer com a crise” e está a deixar “completamente à deriva as vítimas da crise social e económica”.

O deputado do PSD Alberto Machado acusou o Governo de “deixar para trás milhares de vidas” não apenas pela covid-19, mas por não ter sido “capaz de mobilizar todos os meios e recursos do SNS” e na segurança social, considerando que o Executivo se refugiou na "bomba atómica" do confinamento geral para travar a pandemia.

A deputada do PS Joana Sá Pereira destacou a capacidade de resposta que vai permitir “ter confiança no futuro”.

Em Portugal, já morreram 16.814 pessoas com covid-19 e foram contabilizados até agora 819.210 casos, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

O parlamento aprovou hoje uma nova renovação do estado de emergência até 15 de abril.

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