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Covid-19: PM britânico avisa que bloqueios a vacinas podem afastar investidores

LUSA
24-03-2021 17:03h

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, alertou hoje para as consequências, em termos de investimentos económicos, de "bloqueios arbitrários" de vacinas anti-covid, após a decisão da UE de apertar os seus controlos de exportação.

"Não penso que bloqueios de vacinas ou de medicamentos ou ingredientes para vacinas sejam sensatos e penso que os danos a longo prazo causados por bloqueios podem ser muito consideráveis”, afirmou o chefe do Governo britânico numa audição no Parlamento.

“Gostaria apenas de referir delicadamente a qualquer pessoa que esteja a considerar um bloqueio, ou uma interrupção das cadeias de abastecimento, que as empresas podem olhar para tais ações e tirar conclusões sobre se é ou não sensato fazer investimentos futuros em países onde bloqueios arbitrários são impostos", prosseguiu.

O primeiro-ministro respondia numa comissão parlamentar sobre se estaria disposto a ele também decretar o bloqueio da exportação de vacinas para o estrangeiro para proteger o programa nacional de imunização contra a covid-19. 

“A nossa prioridade é continuar a distribuição de vacinas para vacinar o povo britânico. Faremos tudo o que for necessário para garantir que isso aconteça”, garantiu. 

Hoje, a Comissão Europeia anunciou um reforço deste mecanismo de autorização de exportações de vacinas contra a covid-19, introduzindo os princípios da reciprocidade e da proporcionalidade e abrangendo 17 países anteriormente isentos.

Em concreto, o novo regulamento sobre este mecanismo, aprovado pelo colégio de comissários, prevê que na avaliação do impacto de uma planeada exportação de fabricantes de vacinas com as quais a Comissão Europeia firmou acordos de compra antecipada para a UE tenha em conta o princípio da reciprocidade, isto é, se o país de destino restringe as suas próprias exportações de vacinas ou das suas matérias-primas.

Está também estipulado que nesta equação pese o princípio da proporcionalidade, ou seja, se as condições no país de destino de tais fármacos são melhores ou piores do que as da UE, no que toca à situação epidemiológica, taxa de vacinação e acesso a vacinas.

A UE revelou que já aprovou 380 pedidos de exportação de vacinas contra covid-19, num total de 43 milhões de doses para 33 países terceiros, tendo o Reino Unido (com aproximadamente 10,9 milhões de doses) sido o principal destino. 

 

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