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Covid-19: Líder PS/Madeira diz que região vive "uma emergência social extrema"

LUSA
25-02-2021 13:12h

O presidente do PS/Madeira afirmou hoje que a região vive "uma emergência social extrema" apesar de o Governo Regional insistir que "tudo está a funcionar", quando o Produto Interno Bruto (PIB) regional "sofreu uma queda de 21%".

"Temos uma emergência social extrema, temos um tecido empresarial arrasado e temos uma economia sem imunidade e sem resistência, mas vossa excelência [presidente do Governo Regional] continua a dizer que a economia está a funcionar e os milhões estão a apoiar", declarou Paulo Cafôfo, no debate mensal no parlamento madeirense sobre o "combate à pandemia covid-19".

Salientando que estão “cansados de ser enganados”, o socialista lembrou que “a medida que melhor suportou o rombo das empresas e o emprego foi o ‘lay-off’ que foi uma medida nacional".

A esta observação, o líder do grupo parlamentar do PSD, Jaime Filipe Ramos, contrapôs que o ‘lay-off’ "é de quem contribui para a Segurança Social".

"Isso até é uma ofensa aos trabalhadores, àqueles que descontam todos os meses à espera de um dia precisar e, precisamente no dia em que o Estado tem de retribuir através da Segurança Social, existem políticos que tentam se apropriar do dinheiro dos trabalhadores, daqueles que descontaram", observou o parlamentar social-democrata.

Pelo CDS-PP, o líder do grupo parlamentar, Lopes da Fonseca, defendeu a ampliação em 400 metros do molhe do Porto do Funchal de modo a torná-lo competitivo no mercado turístico dos cruzeiros, competindo em igualdade de circunstâncias com o arquipélago das Canárias.

"É preciso saber se o PS apoia ou não esta medida", referiu.

Élvio Sousa, líder do grupo parlamentar do JPP, defendeu, por seu lado, a necessidade "urgente" de o Governo Regional de maioria PSD/CDS-PP "dar a mão ao tecido empresarial que está subjacente ao turismo e atividades conexas", considerando que "os milhões de euros de apoios têm de ser concedidos já".

O deputado único do PCP Ricardo Lume focou a sua intervenção "na cosmética" que o Governo Regional faz para "esconder a sua incompetência" na área da saúde, onde a lista de espera para cirurgias, que em dezembro de 2014 era de 14.936 madeirenses, passou, em 2020, para 17.249.

Ricardo Lume criticou, igualmente, a falta de médicos de família na região, salientando que a "saúde não é só a covid-19".

A estas críticas, o secretário Regional da Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos, respondeu que a região apresenta melhoramentos em alguns indicadores de prestação de cuidados médicos.

"Apesar dos constrangimentos, tivemos 14 especialidades que melhoraram a sua prestação, entre elas a hemato-oncologia", apontou, mencionando que a região regista uma cobertura de médicos de família na ordem de 72%.

O deputado Rui Caetano, do PS, criticou ainda a política do Governo na área da educação, designadamente no ensino à distância, com a falta de equipamentos informáticos e a respetiva recuperação dos alunos.

Na resposta, o secretário Regional da Educação, Jorge Carvalho, destacou que o objetivo é "o ensino presencial regressar o mais rapidamente possível", perspetivando que tal aconteça o mais tardar até ao início do terceiro período, em 06 de abril.

Jorge Carvalho salientou também que, no início do ano letivo, o governo madeirense adquiriu "1.675 computadores portáteis para serem cedidos a alunos em situação de emergência, em alguns casos associando pacotes de Internet" e que "todos os alunos estão envolvidos no processo de ensino à distância", que é uma forma de "contornar a situação pandémica".

Quando questionado sobre o processo de recuperação das aprendizagens, o secretário Regional sustentou que "as escolas têm autonomia, meios e recursos, estando a acompanhar todo o processo de avaliação", no âmbito da decisão adotada para ultrapassar a situação da pandemia de covid-19.

Refutando as críticas do líder parlamentar do PS/Madeira, Miguel Iglésias, de que o Governo Regional se prepara para investir os apoios do Programa de Recuperação e Resiliência apenas no setor público, o vice-presidente do executivo madeirense, Pedro Calado, destacou que 52 milhões de euros se destinam ao turismo, o principal setor económico do arquipélago.

Abordando a questão da possibilidade de desconfinamento, Pedro Calado defendeu que as decisões devem ser tomadas "com tranquilidade e responsabilidade", recordando que o regresso dos estudantes e emigrantes na quadra de Natal e fim do ano resultou num aumento de casos de covid-19 no arquipélago.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.486.116 mortos no mundo, resultantes de mais de 112 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.136 pessoas dos 800.586 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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