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Covid-19: Estratégia de vacinação britânica “validada” por estudo de U. Oxford

LUSA
04-02-2021 08:16h

O governo britânico defendeu hoje que um estudo da Universidade de Oxford sobre a vacina AstraZeneca para a covid-19 valida a decisão de retardar a segunda dose, estratégia rejeitada pela União Europeia e Estados Unidos.

A campanha de vacinação do Governo britânico prevê a administração da segunda dose da vacina cerca de 12 semanas depois da primeira dose, para maximizar a quantidade de pessoas com alguma proteção, pelo menor período de tempo possível.

Os mais recentes ensaios clínicos indicam que a vacina AstraZeneca, também usada em países da União Europeia como Portugal, tem uma eficácia de 76% depois da primeira dose e de 82% depois da segunda dose, se esta for injetada num intervalo de pelo menos 12 semanas.

Matt Hancock, secretário britânico para a Saúde, afirmou que o estudo “valida a estratégia seguida” pelo Governo de Boris Johnson, de retardar a administração da segunda dose, o que tem sido considerado arriscado por outros países europeus. 

Mais reticente, Stephen Evans, da Faculdade de Higiene e Medicina Tropical de Londres, disse que a sugestão de que uma única dose oferece proteção até 12 semanas é “útil mas não definitiva”. 

Hoje, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou que mais de 10 milhões de pessoas receberam pelo menos uma dose de uma das várias vacinas contra a covid-19, no Reino Unido, e que quase meio milhão de pessoas já receberam ambas as injeções.

Nos Estados Unidos, o principal perito em doenças infecciosas, Anthony Fauci, também se mostrou contra o adiamento da segunda dose da vacina. 

Os Estados Unidos, adiantou, irão “seguir a ciência” e os dados dos ensaios clínicos. 

As duas doses das vacinas usadas nos Estados Unidos, Pfizer e Moderna devem, respectivamente, ser dadas com intervalos de três e quatro semanas.  

Os fabricantes das três vacinas indicaram que a eficácia em ensaios clínicos variou entre 70% e 95%, mas não está ainda determinado se a vacina é capaz de suprimir a transmissão do vírus - isto é, se um indivíduo inoculado pode continuar a propagar a covid-19 a outros.

O novo estudo da Universidade de Oxford indica que também a transmissão é reduzida com a vacinação, dado que o nível de testes positivos de covid-19 para indivíduos vacinados foi 67% abaixo do de não-vacinados.

A farmacêutica AstraZeneca anunciou hoje que os dados da fase final de ensaios clínicos da eficácia da sua vacina indicam que esta dá “100% de proteção” para casos graves, hospitalizações e mortes.  

Em comunicado divulgado pela farmacêutica, o vice-presidente executivo, Mene Pangalos, afirma que os novos dados “voltam a confirmar que a vacina (AstraZeneca) previne casos graves e mantém as pessoas fora do hospital”.

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