O Hospital Francisco Zagalo, em Ovar, aumentou a sua capacidade de internamento de doentes não-covid para 36, para libertar noutras enfermarias da região o número de camas dedicadas à pandemia, revelou hoje a direção dessa unidade hospitalar.
Segundo adianta a mesma fonte, o reforço do internamento no serviço de Medicina Interna de Ovar, no distrito de Aveiro, foi possível graças à reconfiguração das valências do hospital, que para isso suspendeu toda a atividade cirúrgica e reconverteu o ginásio de Fisioterapia e Reabilitação numa enfermaria - à semelhança do que já fizera em maio de 2020, na primeira vaga da pandemia.
"O nosso hospital é fundamental para o sucesso da estratégia global do Serviço Nacional de Saúde (SNS) no contexto deste concelho e da região. [Depois] de uma capacidade [inicial] de internamento de 16 camas, temos hoje 36 dedicadas a doentes não-covid, o que permite aos hospitais de referência - sobretudo os do Centro Hospital de Entre Douro e Vouga e do Centro Hospitalar do Baixo Vouga - acolherem mais doentes com covid-19, em enfermaria ou em cuidados intensivos", afirmou Luís Miguel Ferreira, presidente do conselho diretivo do Francisco Zagalo.
A atividade cirúrgica entretanto suspensa será reagendada posteriormente, mas profissionais e equipamentos do ginásio para Medicina Física e de Reabilitação já foram transferidos para o quartel dos Bombeiros Voluntários de Ovar, também como já acontecera em maio.
O novo formato de atividade do Hospital Francisco Zagalo estará em vigor até 31 de janeiro, "sem prejuízo da possibilidade de renovação" por novos períodos.
Entretanto, esse equipamento de Ovar procedeu esta semana à segunda fase da vacinação dos seus profissionais contra a covid-19.
A primeira dose do fármaco foi administrada a 29 de dezembro de 2020, tendo então chegado a 390 funcionários em serviço nas diversas unidades do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, entre as quais o Hospital de Ovar.
Luís Miguel Ferreira afirmou que esse é "um importante passo na luta contra a pandemia", mas realçou: "Estamos a viver um momento de enorme dificuldade e é fundamental que as pessoas cumpram as recomendações e orientações das entidades da saúde, porque nada ainda está resolvido. O impacto da vacina ainda vai demorar a manifestar-se e, portanto, sendo este o momento para aliviarmos a pressão dos hospitais, a colaboração das pessoas através do cumprimento das regras é fundamental".
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.075.698 mortos resultantes de mais de 96,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 9.686 pessoas dos 595.149 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.