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Covid:19 - Vacina da Johnson & Johnson disponível em Portugal no 2º trimestre 2021

CANAL S+ / VD
20-01-2021 15:27h

No segundo trimestre de 2021, a Johnson & Johnson (J&J) estima disponibilizar universalmente mais de 1 bilião de doses da vacina que a multinacional farmacêutica tem estado a desenvolver. Em Portugal, a empresa garante que vai assumir o compromisso que tem com as autoridades nacionais e entregar 4 milhões e meio de doses, como revelou ao Canal S+, Manuel Salavessa, diretor médico da Janssen, companhia farmacêutica do grupo J&J.

 

Na semana passada, a Johnson & Johnson publicou os resultados dos ensaios clínicos de fase 1 e 2 da vacina que mostram que, com uma única toma, o fármaco demonstra uma resposta imune de 71 dias. Ao S+, Manuel Salavessa, diretor médico da Janssen explica que “é uma solução inovadora, baseada numa tecnologia subjacente à vacina produzida para o vírus Ébola e aprovada em Julho de 2020”.

O responsável da Janssen afirma que “não estamos a falar de um vírus atenuado, mas de uma porção do genoma do vírus que é introduzido num adenovírus que serve de veículo de transporte”.

A nova vacina da Johnson & Johnson utiliza um adenovírus de uma constipação comum e usa-o como “veículo” para transportar uma parte do genoma do SARS-COV 2. A tecnologia inovadora, desenvolvida pela empresa farmacêutica, “permite uma maior estabilidade para a vacina”, garante Manuel Salavessa.

O diretor médico da Janssen lembra que, por esse motivo, a empresa contratou com as autoridades portuguesas “um ponto central de entrega da vacina”, dado que esta pode ser conservada num frigorifico doméstico, durante 3 meses, entre 3 a 8 graus.

 Os resultados intercalares da fase 1 e 2 de ensaios clínicos da vacina da Johnson & Jonhson publicados, na semana passada, revelam que “a vacina apresenta um bom perfil de segurança, com efeitos adversos ligeiros a moderados”, sublinha Manuel Salavessa.

O responsável da Janssen afirma que o novo fármaco produziu uma resposta imunológica “ao dia 59, 100% dos candidatos vacinados tinham produção de anticorpos, com uma só dose estável, pelo menos até ao dia 71”.

Manuel Salavessa subinha que “o estudo vai continuar a decorrer” e, no fim deste mês, espera ter “mais dados sobre a eficácia da vacina e o seu grau de proteção.”

Os resultados intermédios divulgados pela Johnson & Johnson sobre os ensaios clínicos de fase 1 e 2 da vacina baseiam-se em dois grupos de indivíduos: um dos 18 aos 55 anos de idade e outro grupo acima dos 65 anos. Neste último, as reações adversas foram menos intensas, adianta Manuel Salavessa, diretor médico da Janssen.

Na fase 3 dos ensaios clínicos da nova vacina da Johnson & Johnson, a empresa vai contar com 45 mil participantes, todos vacinados desde 17 de dezembro 2020, alguns dos quais com patologias consideradas de risco e co-morbilidades associadas como seja: a diabetes, problemas respiratórios ou obesidade.

Até ao momento na Europa, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) aprovou duas vacinas, a da Pfizer e a da Moderna, perspetivando-se para breve a aprovação da vacina da Astrazeneca/Universidade de Oxford que já entregou o dossier no regulador europeu.

Em Portugal, o plano de vacinação contra a covid-19 arrancou, a 27 de dezembro 2020, nos hospitais, incidindo nos profissionais de saúde, sendo mais tarde alargado aos lares de idosos.

Dados avançados pelo Ministério da Saúde indicam que já foram administradas 106 mil vacinas.

 

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