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Covid-19: Costa afirma que se impõe clarificar normal e alargar o quadro de restrições

LUSA
18-01-2021 18:09h

O primeiro-ministro afirmou hoje que, face à recente evolução da epidemia em Portugal, impõe-se clarificar as normas recentemente decretadas pelo Governo de restrição da movimentação de pessoas e alargar o quadro de medidas para combater a covid-19.

António Costa falava em conferência de imprensa, em São Bento, no final de um Conselho de Ministros extraordinário, que decorreu por videoconferência, no quarto dia após terem entrado em vigor as medidas do Governo de confinamento geral.

De acordo com o líder do executivo, entre sexta-feira e domingo, registou-se uma redução da movimentação das pessoas na ordem dos 30% em relação ao mesmo período da semana anterior - um resultado que considerou insuficiente.

"Não é aceitável este movimento de pessoas continue. Impõe-se clarificar normas de restrição da circulação que têm sido objeto de abuso e alargar o quadro restritivo das medidas que foram aprovadas na quinta-feira", declarou António Costa.

Logo nas suas primeiras palavras, o primeiro-ministro afirmou que os portugueses "estão a viver o momento mais grave da pandemia".

"Este é um momento em que não está só em causa a pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), ou esforço extraordinário de médicos, enfermeiros, técnicos auxiliares e assistentes operacionais estão a fazer. O que está verdadeiramente em causa é a saúde e a vida de cada um de nós e das pessoas que nos rodeiam", declarou, dramatizando a sua mensagem sobre os perigos da covid-19.

A seguir, o líder do executivo entrou na justificação de estar a agravar medidas apenas "três dias" depois de terem entrado em vigor um novo quadro legal com restrições, tendo em vista o combate à covid-19.

Segundo António Costa, nos últimos dias, o Governo recolheu informações junto de forças de segurança, operadores de transportes públicos, concessionários de autoestradas e dados relativos à movimentação de telemóveis.

Apesar de ter existido uma quebra na ordem de 30%, "importa dizer aos restantes 70% que não é aceitável mantermos este nível de circulação ao fim de semana e também aos dias uteis".

"Ainda hoje morreram mais 167 pessoas. Não há nenhuma razão para termos hoje menos receio da covid-19 do que o medo que todos tivemos quando a doença chegou em março passado", advertiu.

Neste contexto, o primeiro-ministro aproveitou para reforçar a sua mensagem sobre o caráter essencial da responsabilidade individual no combate à covid-19.

"Podemos ter toda a confiança na excelência dos profissionais de saúde, podemos ter confiança no esforço que está a ser feito para multiplicar além do limite do previsível a capacidade de resposta do SNS. As forças de segurança irão seguramente reforçar a fiscalização, e o Governo, o Presidente da República e o parlamento nunca hesitarão em tomar as medidas, por mais duras que sejam, que se imponham para salvaguardar a saúde publica. Mas há algo que se impõe compreender: O controlo e combate da pandemia, em última instância, depende do comportamento individual", acrescentou.

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