O PCP de Évora criticou hoje as medidas da Administração Regional de Saúde (ARS) e da Segurança Social para os surtos de covid-19 nos lares e considerou que as soluções "não resolvem" e até "podem agravar" a situação.
As soluções da ARS e do Centro Distrital de Segurança Social "não só não resolvem, como, nalguns aspetos, podem agravar as realidades existentes", afirmou a Direção da Organização Regional de Évora (DOREV) do PCP, em comunicado enviado à agência Lusa.
Para os comunistas, a resposta "não passa pelo encerramento ou redução de horários e de pessoal nos centros de saúde, com o encaminhamento de idosos institucionalizados para o hospital, mesmo sem necessidade de internamento".
"O modelo de centralização hospitalar irá repetir a falha, ao invés de reforçar os meios onde eles podem de facto fazer a diferença", referiu, sublinhando que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) "tem todas as condições para responder aos problemas colocados" e que é "necessário o seu reforço e capacitação".
Segundo o PCP de Évora, a pandemia de covid-19 "colocou a descoberto problemas" já anteriormente identificados, como "a necessidade de meios de fiscalização e a criação de uma resposta pública de lares e de outras estruturas de apoio ao idoso".
A DOREV do PCP defendeu também o recrutamento de trabalhadores capacitados que, com "condições de estabilidade de emprego e salários dignos", possam dar "resposta a esta grave carência", que "não é resolvida" pelas equipas de intervenção rápida.
"O reforço no âmbito de saúde é inadiável, assim como o cruzamento com as respostas da Segurança Social em articulação com as instituições de resposta social existentes, face ao crescimento de surtos epidémicos nos lares do distrito", frisou.
Os comunistas de Évora salientaram ainda que a pandemia de covid-19 expôs "a fragilidade dos serviços públicos", nomeadamente nos cuidados de saúde primários e no Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE).
"É expressão mais gritante a situação em que HESE se encontra e os problemas que enfrenta, apesar do notável esforço dos seus profissionais", notou, apontando "a necessidade urgente de reforçar a resposta" dos meios de saúde pública e "a emergência de medidas concretas".
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.945.437 mortos resultantes de mais de 90,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 8.080 pessoas dos 496.552 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
O estado de emergência decretado em 09 de novembro para combater a pandemia foi renovado com efeitos desde as 00:00 de 08 de janeiro, até dia 15.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.