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2020: Covid-19 mudou os conceitos de vida no mundo

LUSA
17-12-2020 09:33h

O novo coronavírus, detetado na China em novembro de 2019 e que rapidamente se espalhou pelo planeta, mudou os conceitos de vida da maioria dos 7.600 milhões de habitantes no mundo, perante a impreparação sanitária para o combater.

Os números oficiais apontam para quase 1,7 milhões de mortes entre os cerca de 73 milhões de contágios, mas os especialistas alertam que os dados são muito inferiores à realidade e que será necessário um ou dois anos para perceber se as luzes ao fundo do túnel que começaram a surgir no último trimestre do ano, as vacinas, vieram para ficar.

A maior crise sanitária mundial dos últimos cem anos provocou também um terramoto nas economias, dados os confinamentos, em grande parte dos casos, totais, tendo-se observado uma imagem inédita de grandes metrópoles vazias, enquanto se sobrecarregam os sistemas de saúde perante uma pandemia que já contou com duas vagas, com a Coreia do Sul a recear, recentemente, estar a entrar na terceira.

Os “poderes especiais” – estado de emergência - dados aos governos para limitar os estragos originaram, nalguns casos, diminuições na qualidade da democracia em vários Estados democráticos, enquanto os regimes ditatoriais aproveitaram para reforçar as restrições e as medidas de controlo das respetivas populações, ambos em nome da travagem da propagação da pandemia e da recuperação da crise económica.

As anunciadas vacinas, aos poucos, têm dado algum alento à esperança de que, em 2021, a pandemia de covid-19 possa ser debelada, embora, tal como referem os especialistas, seja ainda muito cedo para esperar os melhores resultados das várias combinações de medicamentos para a controlar.

Os primeiros casos da doença surgiram em novembro de 2019 na província de Hubei (China), tendo a Organização Mundial de Saúde (OMS) sido alertada no final do ano, mas foi em janeiro que começaram as preocupações, ao registar-se a primeira morte de um contaminado, natural de Wuhan (capital provincial), oficialmente provocada pelo então desconhecido vírus SARS-CoV-2.

Paralelamente, enquanto se registavam mais mortes, a doença começou a alastrar-se, primeiro aos países limítrofes da China e, depois, a todo o mundo, com a OMS, apesar de informada, ainda sem saber se deveria declarar oficialmente uma pandemia, o que viria a fazer apenas a 11 de março, cerca de mês e meio depois de a ter declarado como uma “emergência global”.

A exemplo da China, e após a explosão de casos em todo o mundo, sobretudo a partir de fevereiro, grande parte dos governos desdobrou-se em medidas restritivas que levaram ao confinamento total das populações, deixando cidades inteiras em silêncio.

Itália foi a porta de entrada do vírus na Europa e a cidade de Nova Iorque nos Estados Unidos, e daí a explosão de casos para o resto do mundo foi um ápice, culminando a primeira vaga, em setembro, com o registo de um milhão de mortes, abrindo caminho à segunda que, desde então, já provocou outras 700 mil.

Os Estados Unidos (atualmente com mais de 300 mil mortes entre os 16,5 milhões de casos), Brasil (182 mil mortos - quase sete milhões de casos), Índia (quase 144 mil mortos – em cerca de 10 milhões de casos), México (115 mil mortos - mais de 1,2 milhões de casos) e Itália (mais de 65 mil mortos - mais de 1,8 milhões de casos) são os países atualmente mais afetados pela pandemia.

As medidas para combater a covid-19 paralisaram setores inteiros da economia mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que a pandemia reverterá os progressos feitos desde os anos de 1990, em termos de pobreza, e aumentará a desigualdade.

As farmacêuticas têm-se desdobrado em milhares de investigações e prometem que algumas das vacinas – reivindicam que várias delas têm uma eficácia acima dos 90% - irão ajudar a quebrar a cadeia de contágios, estando já em curso a preparação e a calendarização das vastas campanhas de vacinação a nível mundial.

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