SAÚDE QUE SE VÊ

Vírus: Macau recua e permite compra de máscaras a preço de custo a não residentes

LUSA
23-01-2020 10:46h

As autoridades de Macau recuaram e vão permitir que os trabalhadores não residentes comprem máscaras a preço de custo em 54 farmácias do território e cujo 'stock' vai ser reforçado com uma encomenda governamental de 20 milhões.

A informação foi avançada hoje em conferência de imprensa, depois de na quarta-feira responsáveis da saúde de Macau terem explicado que seria dada prioridade aos residentes na aquisição das máscaras, limitando a compra a 10 máscaras a cada dez dias.

“Vinte milhões de máscaras vão chegar a Macau antes do Ano Novo chinês [Ano Novo Lunar que começa na sexta-feira]” e vai-se procurar "evitar o açambarcamento", explicou então o diretor dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion.

Hoje, na informação oficial dos serviços sublinha-se que “para a compra, os residentes devem apresentar o seu bilhete de identidade de residente de Macau, enquanto os trabalhadores não residentes têm de mostrar o título de identificação de trabalhador não-residente”.

Os serviços de Saúde acreditam que a limitação imposta “irá permitir aliviar, de forma efetiva, a situação de compra de máscaras no mercado e, por isso, os residentes de Macau não precisam de entrar em pânico ou iniciar uma corrida às farmácias”.

Uma decisão que surge “para responder à situação de açambarcamento de máscaras no mercado”, pode ler-se numa nota das autoridades.

As autoridades de Macau anunciaram hoje que foi identificada uma segunda pessoa infetada com o novo tipo de coronavírus chinês de Wuhan, um vírus que já causou 17 mortes entre as mais de 550 pessoas infetadas.

Trata-se de um homem de 66 anos, oriundo de Wuhan, que entrou no território na quarta-feira, com o pessoal de vigilância sanitária dos Serviços de Saúde a detetar febre corporal no indivíduo.

O homem foi enviado imediatamente para o Serviço de Urgência Especial do Centro Hospitalar Conde de São Januário para efetuar exames, que deram positivo para o novo tipo de coronavírus.

As autoridades de Macau tinham anunciado na quarta-feira, também em conferência de imprensa, o primeiro caso de vírus detetado na China, que causa pneumonias virais.

O primeiro caso detetado foi de uma mulher de 52 anos, comerciante, oriunda também da cidade chinesa de Wuhan, onde foi detetado o coronavírus, que chegou a Macau no dia 19 e que foi submetida a dois testes que confirmaram a doença.

Atualmente em regime de isolamento, ambos os casos são considerados pacientes de alto risco.

O surto surge numa altura em que milhões de chineses viajam, por ocasião do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais. Segundo o Ministério dos Transportes chinês, o país deve registar um total de três mil milhões de viagens internas durante os próximos 40 dias.

Os casos alimentaram receios sobre uma potencial epidemia, semelhante à da pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.

Fora da China continental, foram confirmados casos do novo coronavírus na Coreia do Sul, Japão, Tailândia, Estados Unidos, Taiwan, Hong Kong e Macau.

MAIS NOTÍCIAS