SAÚDE QUE SE VÊ

“A vivência de stress durante a pandemia está a ser muito elevada”, afirma Professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa  

CANAL S+ / VD
09-11-2020 16:50h

Com a entrada hoje em vigor do Estado de Emergência, o teletrabalho obrigatório e de novas medidas restritivas a caminho, anunciadas pelo Governo durante o fim de semana, Gustavo Jesus mostra-se preocupado, dado que “a vivência de stress durante a pandemia está a ser muito elevada”.

Em entrevista ao Canal S+, o especialista em saúde mental afirma que “múltiplos fatores sociais e laborais”, como por exemplo, o medo de perder o emprego vão contribuir para uma elevação das perturbações de ansiedade e depressão.

Gustavo Jesus,  especialista em Psiquiatria com formação no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, aponta alguns caminhos para nos prepararmos para os desafios que se avizinham, como por exemplo as chamadas “técnicas de terceira geração” que nos ensinam a “viver o aqui e agora” e a aceitar a realidade, por mais dura que ela possa ver.

O responsável pela consulta de perturbações de neurodesenvolvimento do adulto, não tem dúvidas que “esta pandemia alterou e está a alterar o nosso ambiente social”.

Gustavo Jesus sustenta que “o teletrabalho tem vantagens, do ponto de vista da pandemia, ao nível ecológico e até de uma maior produtividade, mas há um reverso da medalha”, alerta o clínico.

Gustavo Jesus, pós-graduado em Psiquiatria de Ligação e Psicossomática, bem como em Intervenção Cognitivo-Comportamental, explica ainda que “temos de balancear o stress entre o teletrabalho e as nossas relações com a família”.

O médico Assistente Hospitalar do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central e diretor clínico do PIN – Centro para as Perturbações do Desenvolvimento – congratula-se, ainda assim, pelo facto da maior parte dos portugueses estar a cumprir as regras, decretadas pela Direção Geral de Saúde (DGS) no combate à pandemia da COVID-19.

O psiquiatra garante que “não há falta de informação. O problema está nas correntes de contrainformação pouco fidedigna, que contraria as informações baseadas em ciência”, atesta.

Portugal contabiliza hoje mais 63 mortos relacionados com a covid-19, o maior número de casos num só dia desde o início da pandemia, e 4.096 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

 

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