O presidente do PSD defendeu hoje que a situação do país não dá margem de manobra para “retóricas estéreis ou aproveitamento partidário” de descontentamentos, dizendo que cabe ao Governo “a responsabilidade” da utilização seletiva do estado de emergência.
No debate parlamentar sobre uma nova declaração do estado de emergência em Portugal, Rui Rio começou por se dirigir ao presidente da Assembleia da República e deputados, e fez questão de notar a ausência de António Costa.
“Ia dizer senhor primeiro-ministro, mas não”, disse, referindo-se ao facto de o Governo estar hoje representado no debate pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.
Na sua intervenção, Rio defendeu que, em democracia, “os direitos, liberdades e garantias têm de estar hierarquizados”
“Não podemos cair no fundamentalismo - para não dizer no ridículo - de não abdicar temporariamente de um direito menor em nome de um direito maior”, disse.
Frisando que a situação sanitária e económica do país “é hoje mais delicada do que era há oito meses atrás”, o presidente do PSD frisou que é necessário “reduzir drasticamente o ritmo de expansão da doença, no sentido de evitar que os hospitais cheguem ao ponto de ter de decidir quem conseguem tratar e quem têm de deixar para trás”
“O sentido de Estado e a solidariedade para com os mais vulneráveis não dão ao PSD qualquer margem de manobra para retóricas estéreis ou aproveitamento partidário de descontentamentos decorrentes da difícil situação que estamos a viver”, defendeu.
Para o presidente do PSD, é o tempo dos responsáveis políticos “assumirem as suas responsabilidades (…) sem cuidar de medir a popularidade ou impopularidade das medidas que as circunstâncias nos impõem”.
O presidente do PSD reiterou o voto a favor do partido desta declaração do estado de emergência, mas defendeu que a responsabilidade da aplicação cabe agora ao Governo.
“Declarado o Estado de Emergência, caberá ao Governo a responsabilidade da sua utilização; que se pretende seletiva, de forma a que, em defesa da saúde pública e da economia nacional, se trate igual o que é igual e diferente o que é diferente”, defendeu.