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Covid-19: Bruxelas nota progressos de plataformas digitais contra a desinformação

LUSA
06-11-2020 12:37h

A Comissão Europeia considera que, durante o mês de setembro, as plataformas digitais fizeram “progressos” no combate à desinformação no contexto da pandemia de covid-19, mas que é necessário maior detalhe dos dados.

Num relatório mensal hoje publicado - que analisa as ações tomadas pelo Facebook, Twitter, Google, TikTok e Microsoft no combate à desinformação durante a pandemia – a Comissão sublinha que estão a ser tomadas medidas que “mostram disposição para fornecer maior transparência relativamente às suas políticas de desinformação contra o coronavírus”.

Entre as ações tomadas, a Comissão saúda a "promoção, através de várias ferramentas como painéis ou 'pop-ups', de informação credível [sobre o covid-19]", assim como o "fornecimento de espaço publicitário gratuito para organizações governamentais e internacionais para promoverem campanhas informativas sobre a pandemia".

No entanto, o executivo comunitário alerta que faltam dados que permitam uma “monitorização constante”.

“Os relatórios [das plataformas digitais] ainda carecem da granularidade apropriada de dados, incluindo do impacto das suas políticas, de maneira a permitir transparência suficiente e responsabilidade pública", frisa o documento.

Reagindo ao relatório hoje apresentado, a comissária com a pasta dos Valores e Transparência, Vera Jourova, referiu que fica "contente" em ver que "as plataformas tomaram ações úteis" no combate à desinformação, mas que é preciso "um melhor enquadramento para ajudá-las a fazer o que está certo".

"Não obstante os esforços [das plataformas digitais], conteúdos nocivos continuam presentes no espaço público e criam riscos para os cidadãos. As plataformas precisam de aumentar os seus esforços para se tornarem mais transparentes e responsáveis", sublinhou Vera Jourova em comunicado.

Também o comissário com a pasta do Mercado Interno, Thierry Breton, reagiu ao relatório, referindo que "a propagação viral de desinformação relacionada com a pandemia põe em risco a saúde e a segurança” dos cidadãos.

"Precisamos de uma colaboração ainda mais forte com as plataformas 'online' nas próximas semanas para combater a desinformação de forma eficaz”, referiu Breton.

Entretanto, o comissário com a pasta da Justiça, Didier Reynders, reúne-se hoje com representantes de 11 plataformas digitais – entre as quais se encontra o Facebook, Amazon, Google e Ebay – para pedir que mantenham os esforços de prevenção de burlas na internet durante a segunda vaga da pandemia.

“Sabemos, através da nossa experiência prévia, que os burlões se aproveitam da pandemia para enganar os consumidores europeus. (…) Hoje, incentivei as plataformas a unirem forças (...) para fortalecerem a sua resposta [contra as burlas]. Temos de ser ainda mais ágeis durante a segunda vaga que está atualmente a assolar a Europa", referiu Didier Reynders.

O relatório hoje apresentado faz parte de um programa de monitorização das plataformas digitais estabelecido em junho - que publica relatórios mensais, sendo este o terceiro - e que visa "garantir a responsabilidade [das plataformas digitais] perante o público, relatando os esforços feitos (...) para limitar a desinformação 'online' ligada ao covid-19", refere a Comissão em comunicado.

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