SAÚDE QUE SE VÊ

CGD atenta aos cenários de consolidação na banca também em Portugal - presidente

LUSA
05-11-2020 19:33h

O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, disse hoje que o banco público está atento aos cenários de consolidação na banca, na Europa e também em Portugal.

"Vale a pena é estamos atentos. Ainda agora a JP Morgan fez outro cenário sobre consolidação, as entidades vão fazendo, e a Caixa está atenta, que é a sua obrigação, como entidade fundamental do setor financeiro português e como líder do mercado, estar atenta àquilo que se passa no mercado", referiu o gestor durante a conferência de imprensa de apresentação de resultados do banco público (lucros de 392 milhões de euros), que decorreu hoje na sede da CGD, em Lisboa.

Paulo Macedo assegurou que o banco está mais preocupado "com questões estratégicas" do que com a "consolidação do banco A com o banco B".

Anteriormente, o gestor já tinha afirmado que um dos principais desafios para a banca no futuro é a consolidação, pois "não só há uma vontade das autoridades europeias de haver consolidação, como há uma procura de sinergias e menores custos".

"Isto leva a aparecer, como está aqui previsto na Ibéria, bancos de muito maior dimensão. Alteram equilíbrios e também fazem com que determinado tipo de escala tenha determinadas vantagens competitivas que outros bancos sem esse tipo de escala não podem ter", referiu.

Relativamente ao mercado português, e questionado se olhava para ele numa ótica compradora, Paulo Macedo disse que esse tipo de operações "têm de ser vistas de uma forma muito serena e com ponderação".

"Para a Caixa não é indiferente o movimento de consolidação dos outros, porque pode ficar num patamar menos interessante do que está hoje e com uma menor escala do que está hoje, a questão é que estas coisas não são de ânimo leve", acrescentou.

Paulo Macedo considerou que "se a Caixa consolidar, é porque no, fundo, parte da banca privada passaria a ser nacionalizada".

"O que nos temos de preocupar é sobretudo com a Caixa, mas obviamente que o mercado não nos é indiferente e os nossos competidores estão muitíssimo agressivos", concluiu.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) teve lucros de 392 milhões de euros entre janeiro e setembro deste ano, menos 39% do que em igual período de 2019, divulgou hoje o banco público.

Para a queda dos lucros contribuiu o reforço de 220 milhões de euros em imparidades e provisões para fazer face à evolução da economia desencadeada pela pandemia da covid-19.

MAIS NOTÍCIAS