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“As possibilidades de contágio aumentaram imenso”, afirma autarca de Matosinhos

CANAL S+ / VD
05-11-2020 22:44h

À frente da Câmara Municipal de Matosinhos, desde 2017, a socialista Luísa Salgueiro lidera um dos concelhos mais afetados pela pandemia da COVID-19, mas também um dos mais industrializados e dinâmicos da Área Metropolitana do Porto (AMP). Em entrevista ao Canal S+, a presidente da autarquia garante que “as possibilidades de contágio aumentaram imenso”, porque nesta segunda vaga o país não está confinado.

Segundo a ex-deputada do Partido Socialista (PS) na Assembleia da República, o município tem neste momento “140 turmas em quarentena em casa, o que equivale a cerca de 6000 progenitores”. Para Luísa Salgueiro, o grande problema da pandemia são “os jovens assintomáticos que sem saberem continuam a circular e a infetar dezenas de pessoas”.

Há uma semana, perante a subida do número de casos no concelho, Luísa Salgueiro fez tocar o alarme e solicitou novas medidas ao conselho municipal de proteção civil. Entre as medidas propostas, a autarca congratula-se com a adoção da maioria por parte do Governo central, sobretudo porque “uma medida apenas para o concelho de Matosinhos nunca teria qualquer efeito de combate à pandemia”, assegura.

 

Em Matosinhos, a autarca garante que ninguém “esteve parado no Verão” e que tudo foi feito para preparar uma eventual segunda vaga como a que estamos a viver. Luísa Salgueiro adianta que o município está a fazer 900 testes diários à COVID-19 e que o drive trough já tem 9 linhas.

Desde o início da pandemia da COVID-19 que a Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos se mostrou contrária à instalação de hospitais de segunda linha em tendas improvisadas. Luísa Salgueiro sublinha que “não me revia nessa forma de tratar e de acolher pessoas, sobretudo idosos”. A autarca mostra-se ainda satisfeita com o facto da ARS-Norte ter recuado com a medida e de até ter dirigido uma carta aos municípios a apontar outros caminhos. Em Matosinhos, garante Luísa Salgueiro estão já em preparação novas soluções, que dentro de um mês, entram em funcionamento.

Sobre a declaração do Estado de Emergência, prevista para esta sexta-feira pelo Presidente da República, Luísa Salgueiro recorda que o “Estado de Emergência é uma figura jurídica e que, por si só, não resolve nada. Permite é à polícia controlar grupos de pessoas na rua, mas em si o Estado de Emergência pode ser declarado e a situação manter-se igual”, lembra a presidente da autarquia.  

Na primeira vaga da pandemia de COVID-19, Luísa Salgueiro ficou infetada pelo SARS-COV 2 e viu-se forçada a gerir o Concelho de Matosinhos, a partir de casa, em confinamento.

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