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UE/Previsões: Bruxelas melhora cenário para PIB e desemprego português mas piora défice e dívida

LUSA
05-11-2020 13:04h

A Comissão Europeia divulgou hoje as previsões económicas de outono, em que melhora as estimativas anteriormente feitas para o Produto Interno Bruto (PIB) português e para o desemprego em 2020, piorando-as relativamente ao défice e à dívida pública.

O executivo europeu, liderado por Ursula von der Leyen, aponta para uma contração da economia portuguesa de 9,3% este ano, uma melhoria face aos 9,8% previstos por Bruxelas em julho, mas mais pessimista que o Governo ou o Banco de Portugal (BdP).

A queda do PIB de 9,3% esperada para 2020 contrasta com a queda de 8,1% da atividade económica em Portugal apontada pelo BdP e de 8,5% do Ministério das Finanças, estando em linha com as previsões do Conselho das Finanças Públicas (também -9,3%), e sendo mais otimista que a da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE, -9,4%) e que a do Fundo Monetário Internacional (FMI, -10,0%).

Na taxa de desemprego as previsões hoje divulgadas por Bruxelas também são mais otimistas que as anteriormente divulgadas no cenário conhecido em maio.

A Comissão Europeia baixou a previsão da taxa de desemprego em 2020 de 9,7% para 8,0%, um número mais otimista que o previsto pelo Governo (8,7%) aquando da apresentação do Orçamento do Estado para o próximo ano.

A taxa de desemprego prevista por Bruxelas é ainda mais baixa que a prevista pelo FMI (8,1%), pelo Conselho das Finanças Públicas (10,0%) e pela OCDE, (11,6%), sendo apenas mais pessimista que a previsão do Banco de Portugal (7,5%).

Já em relação ao défice as previsões hoje divulgadas por Bruxelas (saldo orçamental negativo de 7,3% do PIB) pioram face às anteriormente conhecidas, desta vez de maio (previsões de primavera), em que o executivo europeu apontava para um défice de 6,5%.

O défice previsto pela Comissão Europeia é igual ao do Governo para 2020, e consiste numa previsão mais otimista que a do FMI, que prevê um saldo orçamental de -8,4% do PIB, que a da OCDE (-7,9%), sendo mais pessimistas em uma décima (-7,2%) que as do Conselho das Finanças Públicas (CFP).

Quanto à dívida pública, Bruxelas prevê que atinja os 135,1% do PIB em 2020 (previa 131,6% em maio), um número mais negativo em três décimas do que o esperado pelo Governo (134,8% do PIB), mas mais otimista face às previsões do FMI (137,2%), CFP (137,6%) e OCDE (135,9%).

Para 2021, a Comissão Europeia prevê um crescimento económico de 5,4% (o mesmo que o Governo), um défice de 4,5% do PIB (o Governo prevê 4,3%), uma redução da dívida pública para os 130,3% (o Governo prevê 130,9%) e uma taxa de desemprego de 7,7% (mais otimista que o Governo, que vê o desemprego nos 8,2%).

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