SAÚDE QUE SE VÊ

400 a 500 cancros da mama terão ficado por diagnosticar

CANAL S+ / SO
30-10-2020 20:53h

Em 2020, devido à pandemia, 16 milhões de exames complementares de diagnóstico e 1 milhão de consultas presenciais não foram realizados, segundo a Ordem dos Médicos.

Embora não tenha dados precisos, a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) estima que muitos diagnósticos não terão sido feitos, o que em doenças oncológicas pode ter consequências graves.

As consultas e rastreios foram retomados em meados de Junho, segundo Vítor Rodrigues, presidente da LPCC. No entanto, ainda não se conseguiu recuperar o atraso, não só porque as pessoas tinham inicialmente receio de se dirigirem às unidades de saúde, mas também porque os hospitais não estão a conseguir dar resposta a todas as solicitações.

Tendo em conta os números do ano anterior, o presidente da LPCC prevê que 400 a 500 cancros da mama, que habitualmente se identificam nos rastreios, terão ficado por diagnosticar.

Vítor Rodrigues afirma que ao fim de oito meses de pandemia, o conhecimento sobre o Sars-Cov-2, vai permitir reagir de maneira diferente, nesta segunda vaga que enfrentamos. Não se podem deixar os doentes não covid sem assistência, muito menos os que têm ou podem ser diagnosticados com cancro. Por isso, acredita que Portugal vá seguir o caminho de outros países europeus e responda de forma local e não nacional, como aconteceu em Março deste ano.

Quanto aos surtos, o presidente da LPCC e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, diz que a comunicação tem de ser mais clara, nomeadamente junto das gerações mais jovens.

MAIS NOTÍCIAS