Os sindicatos dos médicos e o Governo dos Açores mostraram-se hoje otimistas em relação à revisão do Acordo Coletivo de Trabalho, que acreditam poder ser fechado em breve.
Citada numa nota de imprensa enviada pelo executivo açoriano, Teresa Machado Luciano, que se reuniu hoje em Lisboa com o Sindicato Independente dos Médicos e com a Federação Nacional dos Médicos, avançou que a revisão do acordo poderá ser assinada “rapidamente”, já que “alguns pontos estão quase fechados”.
Em causa estão “o desenvolvimento da carreira médica e as normas de organização do trabalho, férias e trabalho suplementar, devendo as conclusões confluir no sentido da harmonização das regras vigentes para médicos em regime de contrato de trabalho em funções públicas e médicos com contrato individual de trabalho”, explica a nota.
Os sindicatos hoje reunidos partilham da visão da governante.
André Frazão, representante regional do Sindicato Independente dos Médicos, afirmou à agência Lusa que está “otimista no sentido de se chegar a acordo” e de que “os médicos saiam deste acordo melhor do que antes da revisão”, admitindo, no entanto, que não tem ilusões de conseguir alcançar “todos os objetivos”.
Para Hugo Esteves, vice-presidente do Sindicato dos Médicos do Sul, que integra a Federação Nacional dos Médicos, “a revisão do acordo tem como objetivo melhorar as condições em que os médicos exercem a sua atividade, quer em âmbito hospitalar, quer nos centros de saúde, mas também sempre numa perspetiva de melhoria da qualidade dos cuidados prestados aos açorianos”.
Durante a reunião houve um “acolhimento, em geral, das propostas de parte a parte", notou o sindicalista, que acredita que “é possível fechar este acordo ainda antes do final deste primeiro trimestre”.
Segundo Hugo Esteves, algumas questões relacionadas com a equiparação do acordo em relação ao continente e à Madeira estão, em princípio, acordadas, prendendo-se as discordâncias com “o modelo de prestação de cuidados aos utentes que ainda não têm médico de família”.
“Ambos os sindicatos, nos últimos quatro anos, têm feito um grande esforço, com a secretaria regional, para dar cobertura a toda a população. Pensamos que no final do ano será possível, mas há que acautelar que utentes ainda sem médico de família atribuído tenham acesso aos cuidados de saúde”, concretizou.
A nota hoje enviada pelo gabinete da secretária regional da Saúde dá nota ainda de que as quotas para o exercício de funções para médicos aposentados, publicadas hoje em Jornal Oficial, devem aplicar-se “sobretudo aos médicos dos três hospitais da região”, dado que, “felizmente, quase todos os açorianos já têm médico de família”, afirmou Teresa Machado Luciano.
Do processo negocial para a revisão do Acordo Coletivo de Trabalho dos médicos dos Açores, que teve início em 2018, já resultou a assinatura de regulamentação coletiva do trabalho dos médicos, entre os hospitais da região e as Unidades de Saúde de Ilha e as duas estruturas sindicais.
A próxima reunião está agendada para daqui a um mês.