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Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira reivindica “diferenciação positiva”

LUSA
19-01-2020 20:16h

O presidente do Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira (CHUCB), com sede na Covilhã, reivindicou hoje uma "diferenciação positiva" para as estruturas de saúde do interior como forma de fixar e captar profissionais.

"Há que fazer uma diferenciação. Eu não falo em discriminação, falo em diferenciação positiva nas questões do interior e podermos, de facto, dar oportunidades a quem cá está para não ter de se ir embora e termos capacidade de captação das pessoas que estão no litoral, muitas vezes em piores condições de vida e de trabalho e que podem vir dar uma ajuda, fazendo do território nacional um todo único", disse João Casteleiro.

O responsável falava à margem da cerimónia de comemoração dos 20 anos da instalação desta unidade de saúde, que agrega os hospitais da Covilhã e do Fundão, no distrito de Castelo Branco.

João Casteleiro esclareceu que não está apenas em causa ter "mais médicos e enfermeiros" e que também são precisas "estruturas" - quer de ensino, quer de saúde, quer de âmbito social -, “essenciais para a fixação das populações".

O reforço orçamental com a inclusão de verbas respeitantes ao ensino universitário é outra das reivindicações que esta unidade espera ver contemplada a curto prazo, referiu.

Já na cerimónia, João Casteleiro destacou a "grande evolução" que o CHUCB teve desde que foi inaugurado pelo então primeiro-ministro, António Guterres.

"Concentrámo-nos no presente e no futuro e construímos a alma desta unidade de que nos orgulhamos. Passo a passo, degrau a degrau, serviço a serviço, ano a ano, fomo-nos diferenciando", sublinhou.

Apontando os momentos mais marcantes da história do CHUCB, vincou o aumento do número de serviços e de meios complementares de diagnósticos, bem como a "melhoria enorme na qualidade de saúde".

De olhos postos no futuro, o presidente disse que é preciso estar atento aos desafios e reiterou a necessidade de ter meios e de concretizar projetos, como a Unidade de Medicina Nuclear para o Hospital do Fundão e a Unidade de Hemodinâmica, duas aspirações antigas da região.

"Podia ainda falar da natalidade, de serviços com recursos humanos mínimos e de humanização, nossa preocupação constante, mas esta não é uma conversa acabada", afirmou, mostrando-se convicto de que a "tutela não esqueceu" a realidade apontada.

No discurso anterior, a presidente da Administração Regional de Saúde do Centro, Rosa Marques, já tinha vincado o investimento que o Governo está a fazer na saúde, avisando, contudo, que esse "esforço e empenho" tem de ser "acompanhado por todos" e que as instituições também têm de cumprir os compromissos assistenciais assumidos na contratualização para 2020.

A representante enalteceu ainda o papel que o CHUCB tem ao nível dos serviços de saúde prestados: "Podemos afirmar de forma clara e sustentada que o CHUCB já começa a ser uma referência assistencial da região centro e uma âncora do Serviço Nacional de Saúde na nossa região".

Esta relevância abarca ainda dinamização económica e social por via da criação de emprego e da garantia de condições de saúde, sem esquecer o valor acrescentado que representa para a formação médica universitária, conforme destacaram o presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, a vereadora da Câmara do Fundão Alcina Cerdeira, e o reitor da Universidade da Beira Interior, António Fidalgo.

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