A ministra da Saúde garantiu hoje que, este ano, vai ser resolvido o problema do financiamento para a aquisição do acelerado linear reivindicado há anos para reforçar o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD).
“Garantidamente este ano de 2020 a questão do financiamento, que voltou a colocar-se porque nos falhou uma das fontes de financiamento, vai ser resolvida”, afirmou Marta Temido, à margem da inauguração da Unidade Clínica de Ambulatório Médico (UCAM), inserida no hospital de Vila Real.
A aquisição de um segundo acelerador linear foi autorizada em maio de 2019, representa um investimento na ordem dos 4,9 milhões de euros e vai reforçar a unidade de radioterapia do centro oncológico, que entrou em funcionamento há 12 anos e está inserido no CHTMAD.
“O investimento teve uma aprovação genérica em maio, no âmbito do programa de investimentos na área da saúde, mas não teve o financiamento comunitário que estávamos a contar e, portanto, temos que realizar o investimento provavelmente ou com uma nova recandidatura a fundos comunitários, utilizando algumas verbas remanescentes, ou suportando o investimento na totalidade pelo Orçamento do Estado”, referiu a ministra.
Marta Temido salientou que este “é um investimento que é necessário” e reforçou que é um problema que vai ter de ser resolvido “nos primeiros meses” deste ano.
A ministra inaugurou hoje a UCAM, uma unidade que representou um investimento de 141 mil euros e vai permitir uma melhoria significativa na rápida referenciação de doentes pouco urgentes, permitindo a observação dos mesmos, num prazo máximo de sete dias, em regime de consulta externa e hospital de dia.
“Este é um projeto fundamental. Não é só do investimento financeiro, direto, em betão e equipamentos, que se faz a modernização do Serviço Nacional de Saúde (SNS), e o que este projeto prova é que há uma enorme capacidade de inovação organizacional no SNS e concretamente aqui no Centro Hospitalar”, salientou.
A UCAM, segundo a governante, tem a “vantagem enorme” de “evitar hospitalizações desnecessárias e de idas desnecessárias ao serviço de urgência”.
“É um projeto com grande potencial para a qualidade de vida destes utentes, para a melhoria da eficiência dos serviços e para evitar que as urgências fiquem cheias com utentes que têm melhores respostas em outros lados”, frisou.
Questionada sobre a falta de médicos no CHTMAD, nomeadamente de médicos anestesistas, como denunciado esta semana pelos deputados do PSD, Marta Temido disse que este é um “centro hospitalar inovador que tem tido a capacidade de retenção de profissionais”.
“Ainda assim, confronta-se com aquilo que é a necessidade de mais profissionais de saúde, designadamente na área da medicina interna. As necessidades assistenciais não param de crescer”, referiu.
A ministra disse que, por isso, é preciso “continuar a robustecer os recursos humanos do SNS”.
“Fizemo-lo ao longo da última legislatura com a contratação de mais de 15.000 profissionais, dos quais mais de 3.700 médicos, e vamos continuar a faze-lo nesta legislatura, com uma especial atenção para aquilo que são as zonas geográficas mais carenciadas”, sublinhou.
O CHTMAD tem sede social em Vila Real e agrega os hospitais de Chaves e Lamego.