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Covid-19: PSD e CDS querem reabertura e reforço das estruturas de saúde de Ovar

Lusa
25-09-2020 13:14h

PSD e CDS defenderam hoje a necessidade de retomar o serviço pleno das unidades de saúde de Ovar, Aveiro, reclamando a reabertura da urgência hospitalar e dos centros de saúde encerrados desde o início da pandemia de covid-19.

Ambos os partidos abordaram o tema na Assembleia da República através de deputados eleitos pelo distrito de Aveiro, com o PSD a focar-se na carência de centros de saúde abertos ao público e o CDS a concentrar-se na ausência de serviço de urgência no Hospital Francisco Zagalo.

No caso do PSD, a deputada Carla Almeida questionou o Ministério da Saúde sobre a data para reabertura das unidades de saúde, dado que, desde março, "o concelho tem vindo a ser vítima de um esvaziamento" de serviços nessa área e o Governo ainda não esclareceu devidamente se a medida é temporária, como anunciado na altura, ou permanente, visto as estruturas se manterem fechadas meio ano depois”.

"Estamos a falar de serviços de proximidade fundamentais para as populações e que não poderão permanecer indefinidamente encerrados, sob pena de ficar irreversivelmente comprometido o acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde", defendeu a parlamentar.

Carla Madureira reconhece que, "numa primeira fase, havia uma razão plausível para manter os serviços encerrados, em nome da luta contra o crescimento da pandemia", mas realça que "já não faz sentido privar as populações de um bem absolutamente essencial".

O deputado João Almeida, do CDS-PP, apresentou um projeto de resolução a requerer ao Governo a reabertura do serviço do urgência do Hospital Francisco Zagalo ou, em alternativa, a criação de "um serviço de saúde alargado para casos urgentes", a complementar com o devido reforço de profissionais para assegurar o funcionamento pleno.

O projeto de resolução realça que o Francisco Zagalo "não está integrado em nenhum Centro Hospitalar ou Unidade Local de Saúde, o que, ao longo dos tempos, tem levantado incertezas relativamente ao funcionamento e futuro da Unidade", gerando "um clima de insegurança junto da população".

João Almeida insiste que a resposta local a emergências médicas faz falta num concelho com mais de 55.000 habitantes, presença significativa de indústria e várias vias rápidas de trânsito.

 

"[É] uma região com risco de trauma e risco industrial elevado, uma vez que conta com um polo industrial variado e um grande número de empresas, muitas delas com indústria de alto risco, não se podendo também ignorar a grande sinistralidade rodoviária registada nas estradas desta área geográfica", lê-se no projeto de resolução.

O documento acrescenta que, "relativamente à mobilidade sazonal da população, a região de Aveiro conta com um polo universitário com cerca de 15.000 estudantes", é um polo turístico "especialmente relevante" e regista os efeitos da sazonalidade do setor, "com o aumento significativo da população durante o verão" e o consequente incremento de banhistas nas praias de Ovar.

“O CDS considera que é de facto importante que o Hospital Francisco Zagalo possa dar resposta aos utentes com pequenas urgências, evitando assim a sobrecarga do Serviço de Urgência do Hospital São Sebastião [em Santa Maria da Feira] e, sobretudo, acentuando a sua característica de hospital de proximidade".

O concelho de Ovar esteve sujeito a cerco sanitário para contenção da covid-19 de 18 de março a 17 de abril, chegando a ter em simultâneo mais de 500 infetados com o vírus SARS-CoV-2 no seu território de 148 quilómetros quadrados. O último balanço da autarquia indicava esta quinta-feira 24 casos ativos.

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