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Médicos de Setúbal e utente com versões contraditórias sobre novo incidente na urgência

LUSA
03-01-2020 13:25h

O Centro Hospitalar de Setúbal admitiu hoje um novo incidente com um doente que aguardava atendimento na urgência, mas sem agressões, enquanto o paciente se queixou de ter sido empurrado e a PSP relatou ter forçado a entrada no gabinete.

"Um doente que aguardava ser atendido no Serviço de Urgência Geral exaltou-se verbalmente, contudo a situação foi resolvida pelos profissionais que se encontravam de serviço, sem registo de agressão", referiu, em comunicado, o Centro Hospitalar de Setúbal, que integra o Hospital de São Bernardo, onde ocorreu o incidente, cerca das 20:00 do passado dia 31 de dezembro.

Contactada pela Lusa, a PSP de Setúbal confirmou que foi chamada a intervir por um vigilante do Hospital São Bernardo e adiantou que o agente policial teve de partir o vidro da porta para conseguir entrar no gabinete médico, que se encontrava fechado, e “separar os intervenientes”, dois médicos e um utente.

De acordo com o departamento de Relações Públicas do Comando Distrital de Setúbal da PSP, foram recolhidos depoimentos contraditórios dos intervenientes, pelo que, naquele momento, não foi possível determinar quem terá fechado a porta do gabinete médico ou se terá havido agressões.

Segundo outra fonte policial, o utente ter-se-á mostrado agastado com a demora no atendimento, porque a médica em causa terá estado algum tempo ao telefone.

A médica, apercebendo-se do descontentamento do paciente, terá pedido o apoio de outro médico de serviço.

O utente queixou-se de que este clínico fechou a porta do gabinete e o empurrou, fazendo-o cair ao chão, mas esta versão foi negada pelo médico, que alegou ter apenas afastado o doente por o seu comportamento indicar que iria agredir a colega.

A PSP recolheu os testemunhos contraditórios das partes e remeteu o caso para o Ministério Público.

O incidente ocorreu poucos dias depois de um outro caso, em 27 de dezembro, também na Urgência do Hospital São Bernardo, em que uma mulher de 25 anos terá agredido uma médica de 65.

De acordo com a PSP, a médica agredida, que teve de ser submetida a uma intervenção cirúrgica, já apresentou queixa contra a agressora e o caso também está entregue ao Ministério Público.

Neste processo, a PSP não tem conhecimento da aplicação de alguma medida de coação.

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