Os trabalhadores da alimentação dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) vão realizar uma greve “por melhores condições de trabalho” nos dias 16 e 17 de janeiro, disse terça-feira um dirigente sindical à agência Lusa.
António Baião, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro, deu esta informação no dia em que decorre uma greve nacional do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH).
Em Coimbra, esta greve “por melhores salários e condições de trabalho dignas” está a afetar sobretudo a lavandaria dos HUC, principal unidade do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), que funcionou “só com os serviços mínimos” no turno da manhã, adiantou.
Nos serviços de lavandaria e alimentação, os níveis de participação na greve de hoje rondaram os 60% nos HUC, tendo superado os 50% no Hospital dos Covões, ainda segundo António Baião.
O dirigente admitiu, contudo, que a tolerância de ponto concedida para hoje aos trabalhadores do SUCH “prejudicou o impacto” da ação reivindicativa.
Na sua opinião, “muitos trabalhadores hesitaram”, mas, ainda assim, verificou-se “uma boa adesão” na região Centro, incluindo no Hospital de São Teotónio, em Viseu.
Em Coimbra, “o serviço de alimentação dos HUC atinge atualmente um nível de quase rutura”, referiu.
“Há uma dificuldade muito grande no recrutamento, devido aos baixos salários”, disse António Baião, para salientar que também “não há reconhecimento da antiguidade” de serviço na empresa.
Nos últimos meses, realçou, “mais de 30 trabalhadores, sobretudo nos HUC, mas também nos Covões”, deixaram o SUCH e entraram para os quadros destas unidades hospitalares, como assistentes operacionais do Serviço Nacional de Saúde.
Idêntico número de candidatos ao ingresso no serviço público já têm entrevistas marcadas para 09 e 16 de janeiro, de acordo com António Baião.
“As condições de trabalho são péssimas”, o que justifica a marcação da greve nos serviços de alimentação dos Hospitais da Universidade de Coimbra, em 16 e 17 de janeiro, com uma concentração de protesto no segundo dia, na Baixa da cidade.