Uma tecnologia inovadora, capaz de eliminar em cinco minutos 99,97% do SARS-COV2 no ar, acaba de ser desenvolvida em Portugal, como afirmou em entrevista ao Canal S+ o coordenador da investigação, João Nunes.
O presidente e CEO da BLC3 - Campus de Tecnologia e Inovação, com sede em Oliveira do Hospital, explica que se tratou de um projeto em equipa: “Começamos logo no início da pandemia. Nós, em conjunto com a Universidade do Minho e a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Coimbra”.
Segundo o engenheiro João Nunes, “um dos pontos fortes do vírus, o vector de transmissão, é o ar”. Com esta tecnologia absolutamente pioneira será possível, em 15 minutos, eliminar em 100% as partículas de SARS-COV2 que circulem no ar num determinado espaço, seja ele um lar de terceira idade, um restaurante, uma escola ou até mesmo nos transportes públicos.
A tecnologia baptizada de “AT MicroProtect” contou com o apoio dos médicos do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra e de uma Universidade Norte-Americana na obtenção de amostras víricas.
A equipa de investigadores estudou o comportamento do SARS-COV2 e concluiu que, “este vírus à semelhança de outros, não evoluiu o suficiente, logo acaba por morrer como todos os outros vírus”, atesta o investigador João Nunes, orgulhoso de se tratar de tecnologia 100% portuguesa.
Ao longo da investigação que decorreu sobretudo nos meses de Março e Maio foram testadas três estirpes de SARS-COV2 – uma proveniente de Hong-Kong, outra de Itália e por fim uma oriunda dos Estados Unidos. “O processo foi demorado, sobretudo na parte de obter as amostras”, adianta o presidente e CEO da BLC3, grato pela colaboração imprescindível da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.
A nova tecnologia portuguesa, que se encontra neste momento em processo de proteção intelectual, vai ser aplicada a outros vírus e bactérias multirresistentes, como é o caso da E-Coli.
Em entrevista ao Canal S+, o engenheiro João Nunes alerta que a radiação solar, por si só, não é suficiente para eliminar os vírus aéreos.
Com o licenciamento a decorrer, o presidente e CEO da BLC3 espera poder avançar muito em breve com uma “demonstração explicativa mais detalhada. Não será difícil entender para qualquer pessoa porque é que a radiação solar não é suficiente para matar o vírus”, garante.
João Nunes espera que em Setembro já seja possível avançar com a produção do sistema, até porque “nós já temos o conceito da linha de montagem”, assegura.
A nova tecnologia do consórcio de investigadores liderado pela BLC3 não recorre ao uso de químicos e apenas precisa de energia elétrica. O investigador João Nunes garante que “os resultados comerciais da tecnologia serão aplicados para a investigação”.