SAÚDE QUE SE VÊ

 “Nós temos as armas todas para eliminar as hepatites”, assegura presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia no dia mundial de combate à doença

CANAL S+ / VD
28-07-2020 23:26h

Estima-se que existam em Portugal cerca de 40 mil portugueses infectados pelo vírus da hepatite C, avança o professor Rui Tato Marinho em entrevista ao Canal S+.

O Director do Serviço de Gastrenterologia e Hepatologia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, garante que nos últimos cinco anos foi possível tratar 30 mil doentes, graças aos testes de diagnóstico, à vacinação no caso da hepatite B e ao tratamento que existe para a hepatite C que cura cerca de 97% dos doentes. O professor afirma que as hepatites matam todos os anos “1 milhão e meio de pessoas”, o que as torna em patologias com dimensões pandémicas.

Rui Tato Marinho destaca a importância de, pelo menos uma vez na vida, cada português fazer o despiste das hepatites com recurso a um teste de sangue. O professor de Gastrenterologia e Hepatologia acredita que, só assim, será possível atingir o objectivo traçado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de erradicar o vírus até 2030, até porque existe um tratamento com eficácia de 97% disponível desde 2015 (hepatite C) e vacinação (hepatite B).

Os dados mais recentes indicam que pelo menos 27 mil portugueses iniciaram tratamento nos últimos cinco anos. Um bom indicador, apesar do “preconceito e do estigma que ainda existe na sociedade portuguesa para com os doentes”, recorda Rui Tato Marinho.

O Director do Serviço de Gastrenterologia e Hepatologia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, recorda que “já muito se fez no combate às hepatites víricas, mas é preciso manter todos os esforços”. Para Rui Tato Marinho se o país foi capaz de impedir milhares de mortes por causa do coronavírus, como é que não conseguimos eliminar uma doença que existe há 10, 15 anos?”, interroga-se.

O Eurostat divulgou hoje um estudo em que Portugal ocupa a décima posição, entre os países da União Europeia (UE) com mortalidade mais elevada por causa das hepatites. Segundo o gabinete de estatísticas comunitário o nosso país registou, em 2017, nove mortes por milhão de habitantes.

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