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Covid-19: Máscaras e vestuário hospitalar atenuam quebra das exportações têxteis

LUSA
10-07-2020 15:55h

As exportações portuguesas de têxteis e vestuário caíram 32% em maio face ao mês homólogo devido à pandemia e acumulam uma quebra de 18,6% desde janeiro, apenas atenuada pelo dinamismo das vendas de máscaras e vestuário hospitalar.

Segundo os dados publicados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e tratados pela Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), nos primeiros cinco meses deste ano o valor exportado pelo setor ficou em 1.840 milhões de euros, contra 2.260 milhões de euros no mesmo período de 2019.

Apesar da quebra generalizada na maioria dos produtos têxteis, a associação aponta entre as “exceções” as exportações de produtos relacionados com a proteção contra a pandemia de covid-19, em particular as máscaras (incluídas nos artigos têxteis confecionados, que desde o início do ano registaram um aumento de quase 48 milhões de euros) e o vestuário de proteção, como batas hospitalares (com um aumento de cerca de cinco milhões de euros).

Em termos de destinos, as exportações para a União Europeia caíram cerca de 26%, enquanto para países não comunitários (que, neste momento, representam um quarto das exportações) subiram 14%.

Entre os destinos que mais cresceram até maio estão o Chipre (mais 4,6 milhões de euros), a Nicarágua (aumento de 1,8 milhão de euros), a Grécia, Trindade e Tobago e Cabo Verde.

Em sentido inverso, Espanha continuou a ser o destino com a maior queda (menos 228 milhões de euros), tendo também recuado as vendas para o Reino Unido (menos 26 milhões de euros), Itália (menos 17 milhões de euros), Países Baixos (menos 15 milhões de euros) e França (menos 14 milhões de euros), “todos eles considerados os destinos mais importantes para as exportações de têxteis e vestuário”.

Atualmente, a balança comercial dos têxteis e vestuário apresenta um saldo positivo de 324 milhões de euros e uma taxa de cobertura de 121%.

A pandemia de covid-19 já provocou 555 mil mortos e infetou mais de 12,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal morreram 1.646 pessoas das 45.679 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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