A Assembleia Municipal (AM) da Guarda aprovou hoje, por maioria, um voto de congratulação pela instalação da Secretaria de Estado da Ação Social no concelho, por considerar que a cidade "adquire uma nova centralidade" no contexto nacional.
O voto de congratulação, apresentado pelo grupo municipal do PS, foi aprovado com 21 votos a favor (de eleitos do PS, CDS-PP e BE) e com 38 abstenções (CDU e PSD).
Segundo o texto da moção, que foi lida pelo deputado socialista António Monteirinho, o Governo decidiu localizar, na cidade da Guarda, a Secretaria de Estado da Ação Social "com o objetivo de desenvolver uma política de proximidade e de promover [uma] maior coesão territorial".
O texto acrescenta que, "ao tomar esta decisão política, o Governo quis demonstrar que está atento aos problemas que afetam as regiões do interior e, particularmente, o distrito da Guarda".
"Na verdade, é nos territórios do interior, marcados pelo despovoamento e pelo envelhecimento mas, também, onde tem maior expressão a economia social, que faz todo o sentido localizar uma Secretaria de Estado que esteja presente e que seja capaz de contribuir, através da sua ação, para o reforço dessa importante parceria estratégica entre o Estado e as Instituições Particulares de Solidariedade Social, procurando, cada vez mais, esbater a pobreza e a exclusão social", lê-se.
A moção refere ainda que, com a nova localização da Secretaria de Estado da Ação Social, a cidade da Guarda "adquire uma nova centralidade, uma vez que o Governo já não decidirá sobre o futuro do país, apenas a partir de Lisboa, assumindo-se, agora, também, a Guarda como um novo centro de decisão política, em matérias tão importantes como aquelas que dizem respeito à Ação Social".
O deputado do PSD, Tiago Gonçalves, reconheceu que a escolha da Guarda é importante porque "reforça a capitalidade e a centralidade" da cidade, mas alertou que não é com a Secretaria de Estado da Ação Social que se resolvem os problemas da interioridade.
Henrique Monteiro, do CDS-PP, disse que tem reservas "quanto à eficácia" da instalação da Secretaria de Estado na cidade, embora opte por dar o "benefício da dúvida".
No início da sessão, no período aberto ao público, a AM da Guarda, presidida por Cidália Valbom (PSD), escutou uma intervenção do oftalmologista Henrique Fernandes, que alertou que no hospital local estão "vários serviços à beira de fechar", por falta de especialistas.
O médico também informou que elaborou um projeto-piloto para fazer face "à impossibilidade de existência de urgência oftalmológica permanente no distrito da Guarda", que disponibilizava um "apoio oftalmológico telefónico", mas a administração da Unidade Local de Saúde comunicou-lhe que "deve abster-se de iniciar qualquer ´projeto-piloto' ou diligência que vise a implementação do mesmo".
O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Carlos Chaves Monteiro (PSD), disse que "é urgente dar resposta" aos problemas existentes no hospital.
Já o deputado da CDU, Aires Dinis, propôs que seja criado um grupo municipal para dialogar com a administração hospitalar e "acalmar os problemas que existem no hospital".