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Covid-19: Câmara do Fundão exige testes à saída do IPO para travar “problema nacional”

LUSA
23-06-2020 16:24h

O presidente da Câmara do Fundão reivindicou hoje a realização de testes às pessoas que saem das diferentes instalações do Instituto Português de Oncologia (IPO) para travar o surto que se está a propagar e que classificou como um "problema nacional".

"Há aqui um problema que é reconhecido e que tem reflexos em várias zonas do país. Portanto, é preciso tomar medidas e, se de facto as pessoas são testadas à entrada dessas estruturas, também não deveria sair ninguém sem um teste ou, então, com a comunicação com as autoridades de saúde locais para que possam fazer um teste preventivo passado alguns dias", defendeu.

Paulo Fernandes falava na conferência de imprensa que realizou hoje para fazer um ponto da situação no município, depois de, no fim de semana se ter registado naquele concelho um caso de contágio com cinco pessoas da mesma família.

Esta situação levou ao encerramento "por precaução" de um infantário no concelho e à realização de testes nos bombeiros, num lar e no referido centro infantil, sendo que, até ao dia de hoje, já há registo de nove casos: cinco na família, três funcionárias do infantário e uma do lar.

Os bombeiros e os utentes do lar testaram todos negativo e ainda se aguardam resultados relativamente a 43 crianças do infantário e a 20 funcionários do lar.

A linha de contágio nas pessoas da mesma família terá começado com uma senhora de cerca de 60 anos que sofre de patologias graves e que é seguida no IPO de Lisboa, onde se pressupõe que terá sido infetada.

Questionado sobre a situação, Paulo Fernandes destacou a importância destas unidades de saúde para a vida das pessoas, reiterou que são "vitais", tendo ainda defendido que é preciso tomar medidas.

Segundo revelou, entre seis casos registados inicialmente no concelho, três tiveram origem em estruturas de saúde ligada ao tratamento oncológico.

O autarca reivindica por isso medidas, como testes à saída do IPO e a referenciação dos doentes junto das estruturas de saúde locais para que se possam fazer testes preventivos e também para que se possa auxiliar os seus cuidadores, nomeadamente ao nível do reforço dos equipamentos de proteção.

"Temos aqui um padrão. O próprio IPO já reconheceu que tem um problema e é um problema nacional, dado que os utentes são de toda a geografia e de todas as latitudes do país, o que, obviamente, pode ter um efeito de propagação que é nacional".

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 472 mil mortos e infetou mais de 9,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.540 pessoas das 39.737 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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