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Covid-19: Taxa de casos positivos foi de 8% nos trabalhadores da construção civil

LUSA
19-06-2020 18:20h

A taxa de casos positivos de covid-19 foi de 8% nos trabalhadores do setor da construção civil, o que levou à aplicação de “medidas adicionais” de saúde pública, anunciou hoje a ministra da Saúde.

Com base na informação preliminar dos inquéritos epidemiológicos foi realizada uma operação de rastreio entre os dias 30 de maio e 06 de junho nos concelhos da Amadora, Lisboa, Loures, Odivelas e Sintra em setores de atividade caracterizados por elevada rotatividade de trabalhadores.

“Cinco por cento dos cerca de 14 mil testes realizados nas áreas de construção civil e das cadeias de abastecimento, transporte ou distribuição, ou seja, 731 casos foram positivos para a covid-19”, adiantou a ministra na conferência de imprensa diária da Direção-Geral da Saúde sobre a covid-19.

Segundo a ministra, a taxa de casos positivos nos trabalhadores do setor da construção civil (8%) levou “à aplicação de medidas adicionais de saúde pública e à definição de uma orientação setorial específica pela Direção-Geral da Saúde”.

A governante frisou que, desde meados de maio, que “a principal preocupação se mantém na persistente incidência de infeção” nestes cinco concelhos da área metropolitana de Lisboa.

“Esta evolução da doença e o trabalho das autoridades locais de saúde justifica que à data se encontrem várias dezenas de pessoas em vigilância ativa e em acompanhamento embora não tenham ainda a sua doença constatada”, vincou.

Adiantou que são pessoas que se encontram obrigadas a permanecer em confinamento obrigatório por serem doentes ou contactos de doentes.

A ministra lembrou que a violação desse dever de confinamento, cujo acompanhamento é feito pelas forças de segurança, “pode constituir crime de desobediência - e é bom que ninguém se esqueça disso -, sendo punível com pena de prisão até um ano e quatro meses ou pena de multa até 160 dias”.

Salientou ainda que as autoridades de saúde, as forças de segurança, a Proteção Civil, as autarquias e várias organizações não-governamentais e da sociedade civil têm disponibilizado alojamento alternativo para quem não tem condições de realizar o isolamento profilático em casa, recordando que “essa faculdade pode ser solicitada”.

Tem sido também disponibilizado apoio alimentar e material a quem deles necessita, afirmou.

Portanto, advertiu, “numa sociedade baseada na solidariedade não há nada que fundamente o desrespeito pelo confinamento obrigatório e esse desrespeito deve merecer o nosso mais vivo repúdio”.

“O Ministério da Saúde não hesitará em reforçar medidas de garantia das regras conhecidas de isolamento dos casos positivos e dos casos suspeitos”, nomeadamente o distanciamento físico, higienização, uso de máscaras e “acima de tudo medidas de proteção dos mais vulneráveis como os idosos”.

Citando dados Unidade de Investigação Epidemiológica do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, referentes às primeiras horas no dia de hoje, a média do RT (número médio de contágios causados por cada pessoa infetada) para os dias 11 a 15 de junho foi de 0,98.

“Este valor de 0,98 indica que o número de novos casos a cada geração é aproximadamente constante” e que está a haver dificuldade em “quebrar as cadeias de transmissão”, embora o RT seja “inferior àquilo que já foi e inferior a um”.

Em Portugal, morreram 1.527 pessoas das 38.464 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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