SAÚDE QUE SE VÊ

Reforço de meios é oportunidade para repensar organização e gestão do SNS

LUSA
12-12-2019 14:38h

O Presidente da República defendeu hoje que o reforço de meios financeiros e humanos anunciado pelo Governo para a saúde "é uma oportunidade para repensar a utilização, a organização, a gestão do Serviço Nacional de Saúde (SNS)".

Em declarações aos jornalistas, após ter participado no programa "Natal dos Hospitais", transmitido em direto na RTP, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que "é boa notícia haver mais dinheiro para a saúde", mas que "tão importante como o dinheiro é o sistema de gestão, como é que vai ser gerido", observando: "Isso vai ser a pedra-de-toque".

À saída do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, no concelho de Cascais, questionado sobre o Plano de Melhoria da Resposta do SNS que o Governo aprovou na quarta-feira em Conselho de Ministros e que prevê um reforço do Programa Operacional da Saúde em 800 milhões de euros em 2020, o chefe de Estado respondeu: "Vamos esperar para ver exatamente os contornos do plano".

"O plano provavelmente vai ter já uma projeção no Orçamento do Estado a apresentar na segunda-feira. Vamos esperar para ver se é um plano plurianual, para vários anos, quanto é que calha para cada ano, nomeadamente para 2020, qual é o destino desse montante: pagamento de dívidas do passado, investimento", prosseguiu.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "é importante que esse dinheiro seja gerido de uma forma que corresponda a uma organização da saúde que de alguma maneira vá ao encontro das carências, das necessidades crescentes da sociedade portuguesa".

"É uma oportunidade, eu creio que é, e o Governo também pensa, creio eu, no mesmo sentido, é uma oportunidade para repensar a utilização, a organização, a gestão do SNS. E vamos esperar para ver se assim é, porque há uma expectativa muito elevada", acrescentou.

Interrogado depois sobre o aumento de até 8.400 profissionais de saúde entre 2020 e 2021 anunciado pela ministra Marta Temido, o Presidente da República voltou a colocar a tónica na gestão: "Tudo o que for feito no sentido de apostar na saúde, com mais meios, meios financeiros e meios humanos, é bom. E agora vamos ver, a seguir, se isso é acompanhado, como se espera, por uma gestão SNS que permita rentabilizar, potenciar esses meios".

Marcelo Rebelo de Sousa disse que aguarda para "ver o que é que tem o Governo na sua intenção", reiterando que "é importante" que este reforço "seja utilizado para levar longe aquilo que é a atual gestão do SNS, para tirar toda a vantagem dos meios que são postos agora à sua disposição".

"É muito importante saber como é que esses meios vão ser utilizados para resolver as principais carências e necessidades dos portugueses. Agora, que para todo o português é boa notícia olhar-se para a saúde e olhar-se como prioridade, isso é boa notícia", reforçou.

Mais à frente, questionado novamente sobre esta matéria, o chefe de Estado insistiu que é preciso "saber a continuidade desse programa para 2021 e para os anos seguintes" e se com este reforço de meios será possível fazer "mais e melhor" no SNS, "uma realidade que é uma conquista de Abril".

Por outro lado, assinalou que "ainda é preciso que o Orçamento [para 2020] seja aprovado" em votação final global: "As pessoas que não pensem que é amanhã ou depois de amanhã, porque é aprovado só em fevereiro".

A propósito da notícia sobre um estudo sobre a falta de médicos e enfermeiros na rede de cuidados paliativos, Marcelo Rebelo de Sousa ressalvou que "não compete ao Presidente da República estar a dizer em que áreas é que se deve investir ou não", mas considerou que esta "é uma área que deve ser acompanhada com crescente atenção e importância".

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