SAÚDE QUE SE VÊ

"O que importa" é ver concretização das medidas anunciadas pelo Governo na saúde

LUSA
11-12-2019 18:58h

O PCP salientou hoje que, “independentemente dos anúncios” feitos hoje pelo Governo para a saúde, “o que importa” é conhecer as medidas concretas, reiterando que é preciso conhecer o Orçamento do Estado para revelar o sentido de voto.

“Independentemente dos anúncios feitos, para o PCP o que importa é, efetivamente, do conhecimento do documento em particular do Orçamento do Estado, ver como é que se dá concretização a esses mesmos anúncios”, afirmou a deputada comunista Paula Santos.

Numa declaração aos jornalistas na Assembleia da República, em Lisboa, a comunista advogou que, embora o Governo anuncie “pôr fim à suborçamentação do Serviço Nacional de Saúde”, o que “importa de facto é ver no Orçamento do Estado os elementos concretos, os valores relativamente a essa matéria”, uma vez que “as necessidades são, de facto, muito vastas”.

“E isto implica, para além de pôr fim à suborçamentação, de facto um reforço para além disso, para dar resposta e garantir que todos os portugueses têm direito à saúde”, salientou, apontando que o anunciado fim da suborçamentação “é um passo importante, mas que não resolve todos os problemas”, porque existem “inúmeras carências nos serviços públicos de saúde” e “muito vastas”, entre a construção de unidades, a renovação de equipamentos ou a contratação de mais profissionais.

Os comunistas dizem que vão estar "atentos aos documentos, nomeadamente do Orçamento do Estado, para ver como é que é dada concretização a estas medidas" para depois se poderem "pronunciar de uma forma mais efetiva".

Hoje, a ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou um reforço de até 8.400 profissionais de saúde, em 2020 e 2021, distribuídos por todos os grupos profissionais, bem como um reforço do Programa Operacional da Saúde em 800 milhões de euros que vão estar já contemplados no Orçamento do Estado para 2020.

Em declarações aos jornalistas, Paula Santos notou que, apesar de apenas terem sido conhecidas hoje, que o Governo já “tinha feito chegar” ao PCP estas medidas “há uns tempos atrás”, mas remeteu a revelação do sentido de voto da sua bancada para quando a proposta final de Orçamento do Estado for conhecida.

“Relativamente à tomada de decisão sobre essa matéria, só conhecendo o documento”, respondeu.

Questionada também sobre a coincidência de o BE ter apresentado no início do mês uma proposta que previa, precisamente, um reforço orçamental de 800 milhões de euros já em 2020, a deputada do PCP disse apenas que o seu partido não conhece “as informações que o Governo deu ao Bloco de Esquerda”, e assinalou que “essa é uma questão que o Bloco de Esquerda terá que esclarecer”.

Relativamente aos profissionais de saúde, Paula Santos assinalou que “importa conhecer o levantamento das necessidades”, bem como “a previsão das aposentações”.

“Nós sabemos que, no Serviço Nacional de Saúde, há muitos serviços em que os seus trabalhadores já têm uma idade elevada, e que se prevê que, num curto espaço de tempo, se irão aposentar, e é importante termos elementos para perceber efetivamente qual é que é o aumento efetivo do plano dos recursos humanos, dos profissionais de saúde que tanto fazem falta no Serviço Nacional de Saúde, para responder também às necessidades da população e dos utentes”, vincou a deputada.

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