Os administradores hospitalares saudaram hoje a “alteração de paradigma orçamental na saúde”, mas lembram que na prática não há um aumento de financiamento para o setor.
“Na prática não existe um aumento do financiamento, mas sim um reforço inicial do orçamento. Não há um aumento de financiamento do SNS, existe é uma orçamentação adequada, que é uma questão importante porque vai permitir um aumento da eficiência no sistema”, disse o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares.
Em declarações à agência Lusa, Alexandre Lourenço sublinhou, contudo, que se trata de uma alteração do paradigma no orçamento da saúde que é relevante e positiva.
“Há que felicitar o Governo por esta iniciativa que é uma alteração do paradigma orçamental que se estava a basear na restrição de tesouraria e depois durante o ano ia havendo reforços para pagar a fornecedores”, indicou.
A alteração agora, disse Alexandre Lourenço, é “colocar o financiamento no início do orçamento”, o que é relevante porque permite aos hospitais terem melhor margem de negociação e não verem os bens e serviços mais encarecidos.
O Governo anunciou hoje em Conselho de Ministros um reforço de 800 milhões de euros no orçamento da Saúde para 2020, a par com 190 milhões de euros para investimento plurianual.
Segundo esclareceu à Lusa fonte oficial do Ministério da Saúde, nos 800 milhões de euros já se encontra uma parte dos 190 milhões de euros para aplicar em investimento em 2020 e anos seguintes.
“O reforço do orçamento para 2020 vai salvaguardar investimentos já programados para os próximos dois anos no montante de 190 milhões de euros”, esclareceu fonte oficial do gabinete da ministra da Saúde.
Para os administradores hospitalares, é ainda importante perceber como vai desenvolver-se a autonomia de gestão dos hospitais do SNS, que tem sido reivindicada, como forma de permitir um uso mais eficiente dos recursos, a par de uma responsabilização dos gestores.